Alece pede informações à PF sobre suposto envolvimento de 'deputado' ou 'ex-deputado' com PCC

União Brasil também apresentou ofício solicitando informações

O presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Evandro Leitão (PDT), enviou um ofício ao superintendente da Polícia Federal (PF), o delegado Rodrigo Carneiro Gomes, requisitando informações "acerca de quaisquer evidências ou indícios que possam indicar o envolvimento de deputado estadual ou ex-deputados estaduais com a organização criminosa PCC".

A suspeita surgiu no âmbito de uma operação realizada pela PF no Paraná em que foi apreendido um documento que seria de integrantes da facção paulista. Na folha de papel, havia uma lista de nomes, incluindo de advogados e políticos cearenses. Em um dos trechos, estava escrito “viagem a Fortaleza reunião com o deputado”. 

Sem detalhes sobre quem seria esse parlamentar e o motivo da tratativa, o presidente da Alece solicitou “informações acerca de quaisquer evidências ou indícios que possam indicar o envolvimento de deputado estadual ou ex-deputados estaduais com a organização criminosa PCC, que supostamente constam nos autos do Processo n° 5005531-76.2023.4.04.7000, que tramita na 9ª Vara Criminal Federal em Curitiba/PR”.

Detalhes

“A suposta participação de um Deputado do Estado do Ceará em ações comandadas pelo PCC nos últimos dias no país é de natureza gravíssima e demanda apuração minuciosa por parte deste Poder Legislativo. A importância da informação se dá para tentar proteger o Poder Legislativo Estadual, uma vez que o envolvimento de um deputado com uma organização criminosa pode gerar a percepção de que o Parlamento está tolerando ou até mesmo sendo conivente com atividades ilegais, o que pode afetar a confiança da sociedade no sistema político”, escreve Evandro Leitão.

“É importante destacar que, embora o envolvimento de um deputado ou ex-deputado com uma organização criminosa não represente necessariamente toda a instituição Legislativa, a percepção pública muitas vezes é de que todo o poder está comprometido, o que pode prejudicar a sua imagem e legitimidade”, conclui o presidente da Alece.

No documento apreendido pela PF, no entanto, não há qualquer referência se o parlamentar seria estadual ou federal.

Reações

A requisição da Alece soma-se a outras reações a partir da divulgação da suposta lista. Na tarde desta quarta-feira (29), o União Brasil também decidiu solicitar mais informações sobre o caso à PF.

Em um documento assinado pela cúpula da sigla no Ceará, a legenda requer detalhes sobre a conduta e se o termo “deputado” seria um codinome.