O médico oncologista Nelson Luiz Sperle Teich foi escolhido por Bolsonaro durante reunião, na manhã desta quinta-feira (16), para ocupar o cargo de ministro da Saúde. Luiz Henrique Mandetta, seu antecessor, anunciou, em rede social, que foi demitido mais cedo. O presidente já convidou o oncologista para assumir a Pasta da Saúde e, segundo aliados de Bolsonaro, o médico aceitou o convite. Teich está ao lado de Bolsonaro em pronunciamento no Palácio do Planalto na tarde desta quinta.
Teich é um médico carioca, formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). O oncologista é presidente do Instituto COI de Educação e Pesquisa, voltado para pesquisas sobre câncer.
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Nelson já havia sido consultor da área de saúde na campanha presidencial de Jair Bolsonaro, em 2018.
O novo chefe da Pasta da Saúde tem mestrado em economia da saúde pela Universidade de York, na Inglaterra, além de MBA em saúde pelo Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPEAD) e em gestão e empreendedorismo pela Harvard Business School.
Em artigo publicado no dia 3 de abril em sua página no LinkedIn, o escolhido para a Saúde critica a discussão polarizada entre a saúde e a economia. "Esse tipo de problema é desastroso porque trata estratégias complementares e sinérgicas como se fossem antagônicas. A situação foi conduzida de uma forma inadequada, como se tivéssemos que fazer escolhas entre pessoas e dinheiro, entre pacientes e empresas, entre o bem e o mal", afirma ele no texto.
Em seu currículo divulgado em redes sociais, o oncologista também registra ter atuado como consultor do secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Denizar Vianna, entre setembro do ano passado e março deste ano. Teich e Vianna foram sócios no Midi Instituto de Educação e Pesquisa, empresa fechada em fevereiro de 2019.
Apoiadores
A escolha de Teich foi considerada internamente no governo como uma vitória do secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajgarten, e do empresário bolsonarista Meyer Nigri, dono da Tecnisa. Os dois foram os principais apoiadores de seu nome para o cargo.
Teich teve o apoio da classe médica e contou a seu favor a boa relação com empresários do setor da saúde. O argumento pró-Teich no Ministério da Saúde é o de que ele trará dados para destravar debates "politizados" sobre a covid-19.