A deputada estadual Fernanda Pessoa (PSDB) passou mal, na manhã desta terça-feira, na tribuna da Assembleia Legislativa. A parlamentar de oposição travava embates com aliados ao governador Camilo Santana (PT), após o Governo Federal recuar da decisão de instalar em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, o Plano Nacional de Enfrentamento aos Crimes Violentos. O assunto tem sido alvo de debates desde o fim de semana.
No sábado, o general Guilherme Theophilo, secretário Nacional de Segurança, justificou, em entrevista ao Diario do Nordeste, que o município cearense não receberá mais o plano por falta de apoio do governador. Com a decisão, o projeto será implantado agora no município de Paulista, em Pernambuco. O secretário estadual de segurança, André Costa, rebateu, colocando em xeque os critérios adotados para implantação do projeto.
O líder do governo na Assembleia, deputado Julio César Filho (PPS), foi à tribuna defender que o Estado estava à disposição para receber o programa. No entanto, seguindo o mesmo discurso do titular da Pasta da Segurança, o Governo Federal não apresentou as razões técnicas para escolha do município de Maracanaú. Segundo o parlamentar, o auxiliar do general Theophilo apresentou apenas um “power point” do projeto à cúpula estadual da segurança.
Nenhum protocolo foi solicitado ao Estado. Me mostre um documento que comprove um pedido que o Estado não tenha atendido, apenas palavras vazias. Me digam também quais os motivos oficiais, com critérios técnicos que foram escolhidos e não por que achou que o governador tivesse com má vontade"
Júlio César protocolou um requerimento na Assembleia solicitando informações sobre o plano. Ele pede “esclarecimentos oficiais do Governo Federal”.
A deputada Fernanda Pessoa (PSDB), representante de Maracanaú e aliada ao general Theophilo, que disputou o Governo do Estado nas eleições de 2018 pela legenda tucana contra Camilo Santana, rebateu Julio Cesar na tribuna. Ela explicou que o município apresenta altos índices de criminalidade, o que justificaria a escolha da cidade, e negou critérios políticos.
Os critérios para escolha eram IDH, indicadores de violência. Uma das metas do programa é a construção de escolas, Maracanaú iria receber duas escolas militares, ia tirar jovens da ociosidade. Me deixa triste, Vossa Excelência, antes de ser líder do governo, é filho de Maracanaú. Não falo como bairrista, se fosse em qualquer município, brigaria pelo projeto”
Ao subir o tom no pronunciamento, a pressão da deputada aumentou e ela passou mal. Fernanda Pessoa havia passado por uma cirurgia nos últimos dias e estava de licença médica antes de retomar os trabalhos na Assembleia. A parlamentar foi atendida pelo Departamento Médico da Casa e encaminhada a um hospital particular. Após a saída da colega, os deputados continuaram os debates na tribuna sobre o assunto.
Comissão
A deputada informou que vai convidar os parlamentares a formar uma comitiva para irem ao encontro do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e do secretário Nacional de Segurança, general Guilherme Theophilo, em Brasília, e esclarecer o programa federal.