O governador Camilo Santana e o prefeito de Fortaleza Sarto Nogueira condenaram na noite dessa quinta-feira (10) a postura do presidente Jair Bolsonaro sobre a não obrigatoriedade do uso de máscaras contra a Covid-19.
A resposta dos dois gestores no âmbito estadual e municipal, respectivamente, foi publicada em redes sociais após o chefe do Palácio do Planalto informar que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prepara um "parecer" para desobrigar o uso do item facial por quem já teve a doença pandêmica ou estiver imunizado.
Na avaliação de Camilo Santana, o atual cenário epidemiológico da Covid-19 ainda demanda o uso massivo de máscara para evitar o contágio do novo coronavírus.
"Continua sendo absolutamente necessário neste momento ainda grave da pandemia. Todos os especialistas afirmam isso. Máscara ajuda a salvar vidas. Qualquer orientação contrária é inconsequente e deve ser ignorada", finalizou.
Sarto ressaltou que a máscara é uma estratégia de saúde para proteção individual e coletiva contra a proliferação do vírus. Apesar do avanço da imunização em Fortaleza, que já agendou pessoas acima de 45 anos para a primeira dose (D1), "ainda não é seguro descontinuar essa importante medida".
"Depois de tudo o que vivenciamos e diante das perdas que ainda estamos sofrendo, insistir em contrariar a ciência é temerário. Chega de negacionismo", alertou o prefeito.
Governo federal
O anúncio público de Bolsonaro foi feito no mesmo dia em que o Brasil ultrapassou a marca de 480 mil pessoas que perderam a vida por causa da Covid-19. Somente nas últimas 24 horas, o país registrou 2.504 mortes.
"Acabei de conversar com um tal de Queiroga — não sei se vocês sabem quem é —, nosso ministro da Saúde. Ele vai ultimar um parecer visando a desobrigar o uso de máscara por parte daqueles que estejam vacinados ou que já foram contaminados. Para tirar esse símbolo, que obviamente tem a sua utilidade para quem está infectado", disse o presidente.
O ministro, por sua vez, já havia se mostrado favorável ao uso da máscara de proteção. Nessa quinta-feira, porém, retrocedeu e afirmou que vai acatar o pedido do presidente e realizar "estudo" que trate da flexibilização do equipamento.
“O presidente acompanha o cenário e vê que, em outros países, onde a campanha já avançou, as pessoas já estão flexibilizando. Ele me pediu que fizesse um estudo para avaliar a situação aqui no Brasil e vamos atender essa demanda do presidente, que está sempre preocupado com pesquisas em relação à Covid”.