Samyra Show conta bastidores da carreira e relembra agressões: 'muitas vezes fui espancada antes de entrar no palco'

A cantora de forró, que começou a cantar aos 12 anos para colocar comida na mesa, passou por bandas como Forró Real, Forró dos Plays e está há 7 anos em vôo solo

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(Atualizado às 14:29)

Samyra Show colocou seu nome na galeria de grandes cantoras do forró. Tem uma história marcada por superação e não cansa de dizer que foi a música que a salvou. Aos 12 anos, começou a cantar profissionalmente em bandas no Cariri, interior do Ceará, para botar comida na mesa da família. Engravidou na adolescência, mas não interrompeu a carreira, e conseguiu sustentar a família com a música. Anos depois, quando foi diagnosticada com câncer, poder cantar em alguns shows da banda foi uma forma de alcançar a cura também. E, quando viveu episódios de violência doméstica por um antigo companheiro, a música foi seu alento.

No episódio desta quinta-feira (19) do Que Nem Tu, Samyra relembra a carreira, compartilha a dificuldade financeira da família após a morte do pai quando ela tinha apenas 10 meses, como o forró a conquistou, a rotina de cantora, as conquistas e desafios, como o recente de se tornar apresentadora do programa da TV Verdes Mares "Elas mandam Brasa" e o de tocar sua carreira de forma de independente.

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Quando era cantora das bandas Forró Real e Forró dos Plays, a artista viveu um relacionamento em que foi vítima de violência doméstica. Nos palcos ela vivia uma crescente na carreira, mas nos bastidores um drama que afeta muitas mulheres quase lhe roubou a vida. "Fui espancada, muitas vezes até no show mesmo, antes de entrar no palco. Eu quis abrir isso. Não é que quem apanha é porque quer, porque é sem vergonha, só sabe que vivencia isso. É uma falta de amor próprio, que você não se ama nada para você aceitar tudo de outra pessoa", relata.

Ela conseguiu sair desse ciclo de violência, que incluía desde agressões físicas a psicológicas, mas reconhece o quanto impactou na sua carreira. " Eu chegava num show e às vezes eu chegava triste, eu não queria atender e ninguém sabia o que eu estava passando ali. Então por muitas vezes eu fui taxada como chata, como arrogante, como não humilde e as pessoas não sabem que todo mundo, independente de ser artista ou não, tem uma vida fora do palco. E nessa vida fora do palco eu estava sendo muito, sabe?".

Samyra também contou sobre a decisão de se tornar uma artista independente e o preço que se paga por não estar vinculada a uma grande produtora. A artista que, hoje, gerencia sua própria carreira fala que é preciso furar o cerco de empresas que dominam o mercado e não aceitam outros artistas em lineups de shows. No entanto, ela diz que não esmorece e segue sonhando com um mercado que seja mais respeitoso com as mulheres.

A artista também falou sobre a fama que lhe deu a alcunha de "diferentona", as estratégias para renovar seu público, as referências artísticas que leva para seu trabalho e os planos para 2025.