O Ceará teve seu rebaixamento para a Série B confirmado na noite desta quarta-feira (9), com a melancólica derrota por 2 a 0 para o já rebaixado Avaí na Ressacada, em Florianópolis (SC). A apatia alvinegra foi visível durante os 90 minutos de jogo, com a equipe de Juca Antonello sem confiança, errando demais e sendo dominada por um adversário que tinha caído com antecedência.
Os gols sofridos, as chances com bola rolando e um pênalti incrivelmente perdido por Mendoza, são o retrato do Ceará na espiral do rebaixamento que o clube entrou no returno.
O returno do Ceará foi ridículo, com apenas 10 pontos em 18 jogos e pífios 18,5% de aproveitamento. Apenas uma vitória, 7 empates e 10 derrotas.
Erros fatais
E uma competição tão difícil como a Série A não perdoa erros como os cometidos pelo Ceará ao longo da campanha. Era consenso que o elenco do Ceará não tinha nível de rebaixado. Mas caiu. Assim como Grêmio e Bahia cairam em 2021 sem terem elenco para tal.
A campanha seguia seu fluxo normal sob comando de Dorival Júnior após 10 rodadas, com 13 pontos conquistados e ocupando a 13ª colocação, mas a saída dele para o Flamengo deixou o Ceará sem rumo. Com o treinador, o Ceará vivia bom momento também na Sul-Americana, fazendo a melhor campanha da história da 1ª Fase, com 100% de aproveitamento.
Sem Dorival, era preciso acertar no substituto. Claro que faltavam 28 e não se justificava uma campanha tão ruim a partir daí, com o clube conquistando apenas 21 pontos.
Os técnicos Marquinhos Santos e Lucho González não acertaram no comando do Vovô, principalmente o argentino, demitido após a 34ª rodada. Efetivar Juca Antonello para as 4 rodadas finais foi um erro tão grande quando contratar Lucho - em sua 1ª experiencia como treinador - e ficou claro que o Ceará não tinha mais comando com as atuações fracas e a atitude de Luiz Otávio diante do Avaí. ´Não por culpa de Juca, que é um competente auxiliar permanente e técnico da base do Vozão, mas o Ceará precisava de um técnico nas rodadas finais.
Além dos treinadores, os jogadores também têm suas parcelas de culpa. Praticamente ninguém se salvou no returno, com atuações abaixo - Vina, Mendoza, Jô, Richard, Gulherme Castilho, Luiz Otávio e Messias são exemplos disso - sem falar em várias expulsões infantis ao longo da campanha.
A diretoria do clube, nem se fala. Ela é responsável pela montagem do elenco com contratações equivocadas, com as de Peixoto, Dentinho, John Vasquez. A falta de ousadia na janela de transferências foi outro fator determinante para que o Ceará caisse tanto de nível no returno de fosse rebaixado.
E agora?
O rebaixamento do Ceará é lamentável para uma equipe que estava se consolidando na Série A e conseguiu se manter por 5 anos. Ainda que em 2018 e 2019 tenha lutado para não cair, os dois anos anteriores eram de meio de tabela com vaga na Sul-Americana.
Em 2022, quando se esperava até uma luta por vaga na Libertadores, o time cai e precisará se reformular por completo para jogar uma Série B em 2023.
Não será fácil, pela queda financeira vertiginosa - o que é comum em times que caem da A para a B - e será preciso se planejar dentro da nova realidade e executar da melhor forma. Se fizer tudo corretamente, o clube tem torcida e tradição suficientes para buscar o acesso.