Empresários reclamam de demora em pagamentos do Mais Empregos Ceará; Estado diz que já liberou

Programa de estímulo à geração de empregos foi criado no início de setembro, mas empresários dizem não ter recebido subsídio ainda

Legenda: Expectativa do programa é estimular a criação de 20 mil empregos no Estado
Foto: Helene Santos

Quase quatro meses após a criação do Mais Emprego Ceará — programa em que o Estado se compromete a bancar um subsídio de metade do salário mínimo para estimular a criação de 20 mil empregos —, empresários queixam-se de demora nos pagamentos.

Em contato com a Coluna, alguns empresários do setor de serviços que aderiram à medida afirmam que não receberam nem sequer previsão de quando o crédito será efetuado.

Procurado, o Governo do Estado respondeu que os repasses já foram autorizados.

"A Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet) informa que os pagamentos do Programa Mais Empregos estão liberados desde a semana passada. Parte dos beneficiados já teve seus recursos creditados e o restante será em breve, na medida em que entraves de dados bancários sejam sanados pela instituição financeira que realiza os pagamentos. A Sedet trabalha para que todos aprovados no Programa recebam o benefício o mais breve possível", diz, em nota.

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Empresas adiam contratações

"Essa medida aparentemente ia dar muito fôlego para a retomada. Tanto que, rapidamente, fizemos novas contratações no aguardo do benefício. No entanto, devido a toda essa demora, seguramos novas admissões", diz Gustavo Linhares, empresário do setor de bares e restaurantes.

Ele informa que o último retorno que obteve do Estado em relação ao programa foi sobre um ajuste no cadastro dos funcionários.

A fase de cadastramento teve início no dia 6 de setembro deste ano, com previsão inicial de acabar no começo de novembro, mas foi prorrogada até o dia 20 de dezembro e deve ser novamente alargada para possibilitar mais adesões.

'Dor de cabeça'

O presidente da Abrasel-CE (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Taiene Righetto, afirma que, no setor, o programa, criado para ajudar, acabou virando uma dor de cabeça.

"Muitos (empresários) anteciparam as contratações por conta do programa. Só que agora a gente está tendo que pagar o colaborador (integralmente). Já são dois meses em folha. Era algo para incentivar a geração de empregos e acabou prejudicando o setor", comenta.

Ele critica ainda a lentidão nas medidas de apoio ao setor produtivo. "Para impedir que uma classe abra, é só um decreto, mas os apoios demoram muito. É muita burocracia. Não é a primeira vez que temos esse tipo de problema", lamenta.

Saiba mais sobre o Programa

Sancionado em 2 de setembro, o Programa Mais Emprego Ceará é uma medida de apoio ao setor produtivo na recuperação da crise gerada pela pandemia.

R$ 66 milhões
é o investimento previsto do Estado para o Mais Emprego Ceará

Cada empresa interessada pode solicitar até 100 vagas, mas só podem participam empresas que estiverem gerando novos empregos. 

As empresas devem estar formalmente registradas no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) na data de publicação da lei, bem como exercer atividades no setor de comércio ou serviços. 



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