Luiz Gastão, presidente da Fecomércio-CE e deputado federal, destacou, em entrevista no programa Bom Dia Nordeste, na Rádio Verdinha FM 92.5, a importância de reestruturar os programas sociais no Brasil, visando transformá-los gradualmente em ferramentas de incentivo à formalização do mercado de trabalho.
Para ele, o atual formato, embora essencial para amparar famílias em situação de vulnerabilidade, precisa evoluir para estimular a geração de empregos e a independência financeira dos beneficiários.
Desestímulo
Gastão apontou que o modelo atual cria, em alguns casos, desestímulos ao trabalho formal. “Precisamos criar políticas que tornem o trabalho mais atrativo, oferecendo subsídios para empresas intensivas em mão de obra e garantindo que o emprego formal seja a principal fonte de renda das famílias”, afirmou.
Ele também mencionou o impacto dessa situação no Ceará, estado em que a proporção de pessoas com renda proveniente de programas sociais é equivalente àquelas que trabalham formalmente.
“O grande desafio é inverter essa realidade, promovendo oportunidades e incentivando o mercado formal, que, além de gerar renda, contribui com impostos para sustentar ações essenciais como saúde, educação e segurança”, destacou.
O deputado ressaltou que já existem medidas transitórias no programa Bolsa Família para evitar a perda imediata do benefício ao ingressar no mercado de trabalho, mas defendeu avanços nesse sentido.
Ele sugeriu a criação de incentivos financeiros adicionais para trabalhadores formais, de modo a estimular a transição do assistencialismo para a autonomia econômica.
Além disso, Gastão mencionou a necessidade de um olhar mais estratégico para setores que demandam grande mão de obra, como construção civil e serviços, com políticas públicas específicas para subsidiar salários e aumentar a competitividade das empresas.
“Ao fortalecer as empresas, criamos um ciclo virtuoso: mais empregos, maior renda e crescimento econômico sustentável”, afirmou.