Em meio às audiências públicas realizadas entre terça-feira (8) e quinta-feira (10), o Governo do Estado se posicionou a favor da instalação da usina para extrair fosfato e urânio no município de Santa Quitéria.
O apoio ao megaprojeto foi confirmado no segundo dia das discussões por Sérgio Araújo, da coordenadoria da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Estado do Ceará (Sedet).
“Aqui, no momento, eu represento o Governo do Estado do Ceará e nós estamos ratificando o nosso apoio a esse projeto. Tanto na construção da adutora, assim como adaptar a estrada para fazer toda a movimentação de vinda e saída e também com a questão da energia elétrica", disse.
Araújo ressaltou ainda "que os recursos já estão todos reservados" e assegurou que não vai haver a quebra no memorando de entendimento assinado em 2020. "O apoio está garantido”, emendou.
O complexo mineroindustrial de Santa Quitéria também goza de interesse do Governo Federal, que representa parte do consórcio com a INB (Indústrias Nucleares do Brasil). A Galvani é a outra associada.
As audiências públicas foram conduzidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e realizadas em Santa Quitéria, Itatira e Canindé. O objetivo dos encontros foi esclarecer a população e tratar do estudo de impacto ambiental do projeto.
Durante as audiências, o projeto foi endossado por setores como o agronegócio, mas também foi alvo de protestos. Manifestantes chegaram a entoar gritos contra o empreendimento, considerado por eles uma ameaça ambiental.
Geração de empregos
O projeto estima a geração de 11,2 mil empregos no Ceará ao longo do processo de implementação e operação do empreendimento. Serão 8.400 postos de trabalho diretos e indiretos criados durante a construção e outros 2.800 na fase de operação.
Com investimentos previstos de R$ 2,3 bilhões, o complexo pode ter as obras iniciadas ainda no fim de 2022 ou início de 2023, conforme o cronograma.
O pontapé inicial das operações está previsto para 2025, a depender dos ritos ambientais e burocráticos que precisam ser superados.
A produção prevista é de 1 milhão de toneladas/ano de fertilizantes fosfatados, o que seria suficiente para garantir 25% da demanda do Norte/Nordeste; 200 mil toneladas de fosfato bicalcico (para ração animal) e 2.300 toneladas de concentrado de urânio, que garantiriam a autossuficiência para o Brasil.