Com dois trimestres consecutivos de crescimento contundente, a economia cearense entrou em um ritmo produtivo que não se via há bastante tempo.
No primeiro trimestre de 2024, o PIB do Estado já havia assinalado a maior expansão (5,2%) para esse período desde 2011, quando o Ipece (Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica) começou a divulgar oficialmente o indicador. O avanço foi mais que o dobro do alcançado nacionalmente (2,5%), no comparativo interanual.
Entre abril e junho, outro resultado expressivo: crescimento de 7,2%, também acima do dobro do incremento nacional, que foi de 3,3%. Frise-se que, entre os estados que calculam seus PIBs e já divulgaram os resultados do 2º tri, o Ceará perfez a maior alta, com folgas.
Veja abaixo o ranking do PIB dos estados (2º tri)
1) Ceará: 7,2%
2) São Paulo: 4,5%
3) Pernambuco: 4,1%
4) Paraná: 2,89%
5) Espírito Santo: 2,8%
6) Bahia: 2,2%
7) Minas Gerais: 1,2%
Embora ainda falte a metade restante do ano para consolidar o resultado, nos primeiros seis meses, o vigor geral do setor produtivo foi crucial para formar uma gordura relevante que poderá garantir um ano muito expressivo para a economia do Ceará.
Convém ressaltar que, no ano passado, o Estado cresceu abaixo do ritmo brasileiro, o que prejudica gravemente os objetivos de longo prazo de elevar a fatia de representação do Ceará em relação ao PIB do País. Há décadas, tal parcela se mantém praticamente inalterada na casa dos 2%.
Para uma unidade da Federação que detém em torno de 4% da população brasileira, o desejável seria, pelo menos, dobrar a participação produtiva.
Setores em alta
Traz otimismo o fato de a indústria local estar apresentando desempenho sólido. No segundo tri, registrou um salto de quase 10%.
Só o agro cearense foi ainda melhor, com impressionantes 32% de crescimento. Com a renda irrigada e o desemprego em queda, o setor de serviços, o mais representativo do Ceará, também vem com altas consecutivas.
Se o Estado mantiver a pujança deste ano, pavimentará uma estrada vital para os grandes investimentos que deverão chegar, como a planta de hidrogênio verde da Fortescue e a montadora de veículos híbridos e elétricos multimarcas.