Vitória típica da bravura alvinegra

Legenda: O Ceará venceu o Fluminense no Castelão com muita raça e dedicação após jogar com um a menos desde os 28 minutos do 1º tempo
Foto: KID JUNIOR

Há jogos de futebol que entram para a história porque se transformam numa batalha, onde cada jogador do time inferiorizado numericamente vira um guerreiro. Ontem, a vitória do Ceará sobre o Fluminense, 1 x 0, gol de Vina, traduziu exatamente o que é a bravura de um time disposto a dar sangue, suor e lágrimas pelos três valiosos pontos. Até 28 minutos do primeiro tempo, um jogo normal, onde o Ceará esteve melhor e comandou o placar. Depois da expulsão de Gabriel Dias, começou um outro espetáculo, onde o Vozão fez valer a sua garra, a sua história, o seu espírito, acima de qualquer tática, esquema ou coisa assim. O Fluminense todo em cima. Pressão total. O Ceará, coração. O Ceará, pulmão. O Ceará, coragem. O Ceará, dignidade. Sobre o uniforme alvinegro, eu vi vestimentas de guerreiros espartanos, prontos para todos os desafios. Em circunstâncias como as de ontem, como falar de tática de futebol? Falar, sim, do compromisso que o Ceará teve consigo mesmo. As lágrimas de Gabriel Dias regaram o esforço redobrado de cada companheiro. E, assim, a vitória foi consolidada. Depois de ontem, não tenho mais dúvidas: o Ceará está pronto para buscar lá fora o que lhe falta: vitórias épicas, memoráveis.  

Pensar positivo 

Não adianta nada ao Fortaleza choramingar pelas derrotas que passaram. Agora é olhar para frente e encarar o Corinthians, seu concorrente direto por vaga na Libertadores. E tentar, nestes cinco dias de “folga”, fazer os ajustes necessários, máxime em razão de tantos desfalques (Titi, Jussa, Ederson, Crispim, Pikachu e Robson).   

Elenco 

A qualidade do elenco tricolor é muito boa. Questão, porém, é saber se, na hora da necessidade, os suplentes terão condições de manter o mesmo padrão. No jogo anterior, foram muito sentidas as ausências de Yago Pikachu e de Lucas Crispim. Os substitutos, apesar de terem comprometido, não conseguiram manter o mesmo padrão. Isso preocupa. 

Reta final 

É historicamente sabido que, na reta final dos certames, há a natural consequência dos desgastes. O time não consegue manter o ritmo intenso o tempo todo. Além disso, as chances de contusões são ampliadas, já em razão desses mesmos desgastes. Uma coisa puxa a outra. Este jogo com o Corinthians ganhou novos aspectos. Grande desafio para o Leão. 

Todos 

À observação feita no tópico anterior, cabe um adendo: o desgaste é para os vinte clubes. Alguns um pouco mais, outros um pouco menos. Quem está numa competição sofre menos. Caso do América-MG. Já o Fortaleza estava em duas e vinha de um desgaste maior pela decisão de vaga com o Atlético-MG na Copa do Brasil. Tudo isso terá sérias consequências.