Tuberculose na Olimpíada

A evolução estrutural dos Jogos Olímpicos também é explicada na assistência e no suporte fornecido aos atletas

Legenda: A cerimônia de abertura dos Jogos de Tóquio foi marcada pelo discurso da esperança
Foto: Andrej Isakovic / AFP

Hoje, os atletas brasileiros que vão a uma Olimpíada recebem todo o apoio de equipes especializadas. São treinadores, médicos, psicólogos, massagistas, às vezes até profissionais vindos de centros de excelência do exterior. Mas, nas décadas de 1950 e 1960, havia um descaso total. Predominava apenas o esforço individual de cada um. As vitórias vieram assim. Exemplo está na conquista do notável Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico no salto triplo. Ele ganhou ouro em Helsinque (1952) e ouro em Melbourne (1956). Ganhou por mérito próprio. A prova do descaso veio na Olimpíada seguinte, a de Roma, em 1960. Adhemar não passou das fases eliminatórias. Descobriu-se que ele estava com tuberculose, não detectada pelos médicos. Um absurdo. Eu poderia contar outros casos. Cito o da atleta Aída dos Santos. Em 1964, na Olimpíada de Tóquio, ela foi a quarta colocada no salto em altura. Única mulher da delegação brasileira, viajou sem técnico, sem material adequado e até sem roupa própria para a solenidade de abertura. Mesmo assim, foi a primeira mulher brasileira a ir para uma final olímpica. E quase ganhou o bronze, diante de atletas que tinham todo o apoio de seus países. Incrível.

Depoimento 

Luiz Carlos Cruz, treinador do Fortaleza na ascensão para a Série A em 2001, fez belo depoimento em defesa do goleiro Jefferson, que foi levianamente acusado pelo seu ex-companheiro Richarlyson de ter aberto um jogo para a Ponte Preta. Jefferson trabalhou com Luiz Carlos Cruz em vários times. Cruz destacou a retidão e postura moral de Jefferson e rebateu o ato desleal de Richarlyson.  

Rastro... 

O técnico do Ferroviário, Francisco Diá, que tanto reclamou da falta de sorte em jogos passados, a ponto de dizer que certamente teria pisado em rastro de corno, agora não pode reclamar. Teve toda sorte do mundo ao ver Jô marcar o gol contra que deu o empate (1 x 1) ao Ferrão no jogo com Floresta. Então, se alguém pisou no tal rastro não foi ele. 

Queda livre 

Futebol tem umas coisas que ninguém entende. O Bahia estava indo bem. De repente, perde para o São Paulo (1 x 0) e toma duas goleadas seguidas. A primeira para o Flamengo (0 x 5) no Pituaçu. A segunda para o Atlético (3 x 0) no Mineirão. Síntese: sofreu nove gols e não marcou nenhum. Queda livre em três partidas.  

Memória 

Do amigo Pedro Mapurunga recebi a boa notícia de que foi a Recife fazer uma gravação especial com três ex-jogadores do Ceará: o lateral-esquerdo Bezerra e os zagueiros Djalma e Nagel de Melo. Essas gravações vão enriquecer o acervo de memórias do Vozão. Narrei muitos jogos em que os três estavam em ação. Excelentes profissionais. Fiquei feliz por saber que estão bem.