Termina hoje o mais complicado campeonato brasileiro de todos os tempos. Teve de superar incertezas e paralisação. Teve de admitir estádio vazio. Teve a aceitar jogos sem trilha sonora, ou seja, o coro das torcidas. O ano 2020 teve de invadir o ano 2021 para se completar. A volta ocorreu, mas com uma luta por fora: times que tinham atletas contaminados. Foi o mais confuso certame que vi. Mas hoje finalmente a Série A conhecerá o seu vencedor. Atenções divididas entre o Morumbi e o Beira-Rio. Imprevisível desfecho. Se no tempo das torcidas nos estádios, o Inter em casa seria impulsionado pela torcida colorada; e certamente a cidade de São Paulo já estaria invadida pela massa rubro-negra, pois o Flamengo é de fato o time de maior torcida do Brasil. Situações diferentes em praças diferentes. Em Porto Alegre só a vitória dará o título ao Internacional, desde que o Flamengo empate ou perca. Em São Paulo, o Flamengo, para não depender do resultado no Beira-Rio, precisa vencer. Se o Flamengo empatar e o Inter vencer, o Inter será campeão pelo saldo de gols. Portanto, tudo separado por mínimos detalhes. Basta um vacilo para a taça de campeão mudar de destino.
A desejar
A experiência do VAR gerou muita polêmica. Às vezes, ajudou. Às vezes, complicou. Inadmissível um VAR descalibrado num jogo decisivo como Vasco x Internacional, onde um defendia a liderança e o outro queria se livrar do rebaixamento. Assim foi impossível tirar a dúvida sobre o gol de Dourado.
Sem torcida
É difícil ver uma decisão sem público no estádio. Fica faltando um componente essencial para dar vida ao espetáculo. Nessa parte, não houve como suprir. Os efeitos especiais jamais se aproximaram da realidade cênica com coreografia viva e sons verdadeiros. Um vácuo. Não consegui me adaptar.
Esforços
Louvo o trabalho que os presidentes do Ceará, Robinson de Castro, e do Fortaleza, Marcelo Paz, tiveram, mantendo em dia obrigações trabalhistas, apesar da queda da receita em razão da crise econômica decorrente do coronavírus. Exemplo a ser seguido pelos grandes clubes do Brasil.
Pílulas
Com o rebaixamento de Coritiba, Botafogo e Vasco da Gama, a Série B nacional terá a participação de cinco campeões brasileiros da Série A: Cruzeiro, Vasco, Botafogo, Guarani de Campinas e Coritiba. Como só tem quatro vagas, um deles vai ficar na Série B 2022. Incrível.