O Fortaleza terá vários adversários logo mais: um visível e vários invisíveis, que são os mais perigosos. O visível é o Grêmio, quinto colocado na Série A do Campeonato Brasileiro e finalista da Copa do Brasil. Os invisíveis são os fantasmas gerados pela crise que se acentuou após a saída do técnico Rogério Ceni. É preciso que se diga: mesmo com Ceni, houve oscilações. O início do Fortaleza na Série A foi triste. Perdeu para o Athletico/PR, na Arena Castelão, perdeu para o São Paulo e empatou com o Botafogo em casa. Só começou a reagir no jogo com o Corinthians, no Itaquerão, em Sao Paulo, quando empatou lá. É nítido o abalo psicológico do grupo. A perda da confiança. A descrença interna. Esses fatores negativos se acentuam a cada fracasso. A derrota diante do Sport arrasou o moral que tinha se erguido um pouco no empate com o Flamengo. É assim que Enderson Moreira recebe o time do Fortaleza. Por isso, reafirmo: terá de ser motivador como Lisca, líder como Rogério Ceni e, em último caso, milagreiro mesmo. O Fortaleza tem um elenco de qualidade, mas alguns atletas apresentam significativa queda de produção. A equipe perdeu a intensidade. A ligação rápida e letal não existe mais. Caberá a Enderson a missão de fazer ressurgir o grupo vitorioso.
Observações
O Ceará precisa saber dosar os dois tempos de uma partida. Em Santos, não perdeu porque levou sorte. Tomou um gol aos 37 minutos do segundo tempo, mas Arthur Gomes, o autor, usou o braço para marcar. O gol foi anulado graças ao VAR. Naquele segundo tempo, a equipe alvinegra estava pedindo para perder. Foi salva pelo gongo.
Nó górdio
Diante do Internacional, o Ceará não teve a mesma sorte que tivera na Vila Belmiro. Os contra-ataques do Inter foram cirúrgicos. E o Vozão não soube se sair do nó górdio dos visitantes. Não adianta nada jogar bem um tempo só, se no outro tempo abre a guarda.
Raios
Ao contrário do que afirma o dito popular, raios caem sim duas vezes ou mais no mesmo lugar. A ciência prova. O Cristo Redentor, no Rio, é atingido por vários raios todos os anos. O Ceará ganhou (0 x 1) do Flamengo no Maracanã em 2018. É difícil repetir o feito, mas...
O Ceará está um ponto acima da margem de segurança de sete, tão comentada na época do técnico Dimas Filgueiras. Essa diferença permite que o time possa perder dois jogos e empatar um, sem ser ultrapassado.
O Vozão tem oito de diferença para o primeiro da zona de rebaixamento. Faltam dez jogos para terminar. Mas é preciso pontuar para alcançar a certeza matemática.
