O Fortaleza perdeu a magia e o encanto

Confira a coluna desta sexta-feira (21)

Legenda: O Fortaleza está em situação desesperadora na Série A do Campeonato Brasileiro
Foto: THIAGO GADELHA

Nem acredito no que vejo. Olho e busco o Fortaleza de 2021. Tento encontrar algo de bom que tenha ficado daquele time de belas exibições. Como era bonito ver o Fortaleza jogar. A estreia, diante do Atlético-MG no Mineirão, foi o primeiro recado. Vitória espetacular com dois golaços de Pikachu. No segundo jogo, um show na goleada sobre o Internacional (5 x 1) no Castelão. Aí veio uma sequência de exibições que encantaram o Brasil. No elenco, Felipe Alves, Tinga, Benevenuto, Titi, Ronald, Felipe, Ederson, Jussa, Pikachu, Matheus Vargas, Luís Crispim, Robson, Wellington Paulista, David e Romarinho.

E assim o time concluiu a Série A 2021 em quarto lugar. Hoje, o Fortaleza é vice-lanterna. O que aconteceu? O que provocou a perda da magia e do encanto se, sob o mesmo comando, boa parte do elenco permanece no Pici? Foram embora apenas Felipe Alves, Ederson, David e Wellington Paulista. Nem incluo o Pikachu porque até na rodada passada ele atuou. Só agora sua ausência será sentida. O futebol é assim. Há times que mantêm por mais tempo a harmonia. No caso do Fortaleza, tudo foi rápido demais. Explodiu em 2021. Implodiu em 2022. Se vai recuperar o encanto e a magia, só Deus sabe... 

 

Manutenção 

 

É difícil um time manter o mesmo padrão durante dois anos seguidos. Geralmente há uma queda de produção. Isso é natural. Incomum é a queda de produção na proporção sofrida pelo Fortaleza. Foi demais. Observo que ninguém consegue uma explicação plausível para justificar tamanho retrocesso. Certamente, nem Vojvoda saberá explicar esta situação tão negativa. 

 

Exemplo 

 

Na Série A, o Flamengo foi bicampeão brasileiro em 2019/2020. No título de 2020 já não foi tão brilhante quanto ano anterior, quando esteve no auge sob o comando de Jorge Jesus. No bicampeonato, sob o comando de Ceni, caiu muito de produção. Mas ainda assim conquistou o título. Manteve-se no patamar elevado. O Fortaleza, pelo contrário, desabou. 

 

Outro exemplo 

 

O Atlético de Minas, campeão brasileiro no ano passado, também caiu de produção na atual temporada. Não está jogando o mesmo futebol exuberante de 2021, quando conquistou o título. Mas está ali em 5º lugar, encostado no G-4. Portanto, é normal, de um ano para o outro, o time cair de produção. Entretanto, jamais no grau negativo ora experimentado pelo Fortaleza. 

 

Duradouro 

 

É uma exceção um time passar seis anos sem oscilações. Exemplo positivo foi o Barcelona do tic-tac. Depois vem o declínio. O elenco envelhece. Em termos de seleção, poucas conseguiram se manter no topo por quatro anos. Houve a Itália, bicampeã mundial de 1934/1938 e o Brasil, bicampeão mundial 1958/1962. A Holanda segurou bom padrão em duas Copas, vice-campeã em 1974/1978.