O drama da falta de gols

Algo muito comum no futebol é o período de Jejum que, não raro, atinge os atacantes. O jejum pode ser também de outros segmentos. Entretanto, é no ataque onde tudo se complica. O gol é o alimento natural dos atacantes. A crise de gols no Fortaleza tem trazido incômodos aos tricolores. Há alguns meses, a diversificação de jogadores fazendo gols pelo Leão era grande. Assim Gabriel Dias, Tinga, Bruno Melo, Felipe, Yuri César, Osvaldo, Wellington Paulista, Romário e outros mais cuidaram de assinalar gols em profusão. Até brinquei dizendo que, se preparassem um vídeo com os gols de Gabriel Dias, certamente ele seria negociado como centroavante. E assim também com Tinga... Hoje os erros de finalização no Fortaleza alcançaram índices inaceitáveis para um futebol Série A. E mais: na medida em que a pressão aumenta, aumentam também as chances desperdiçadas. Uma coisa consequência da outra. E já agora com reflexos também nos passes. Sair dessa situação desfavorável requer força mental, habilidade, nervos nos devidos lugares e sorte. Sim, em tudo na vida o fator sorte pesa. Há dias em que a sorte decididamente está de um lado só. Aí não tem treinador que dê jeito.  

Episódios 

Wellington Paulista já passou por jejum no próprio Fortaleza. Superou. Depois voltou a jejuar. David, se não fosse a insistência do ex-técnico Rogério Ceni, teria sido reprovado. Seus gols começaram a aparecer. Ele ganhou espaço. Já agora está outra vez sendo questionado. Vida de atacante é assim mesmo.  

No Ceará 

Clebão em pouco tempo experimentou a glória e o infortúnio. Na Copa do Nordeste explodiu. Tornou-se o símbolo daquela conquista e a esperança de uma solução definitiva. Os gols escassearam. Clebão foi questionado. Voltou a fazer gols. Aliviou as tensões. Mas deixou dúvidas quanto ao futuro. 

Clássico 

A consagração dos ídolos acontece nos clássicos entre os dois maiores rivais. Foi assim que Sérgio Alves e Clodoaldo edificaram seus nomes. Assim, no passado, Gildo e Croinha entraram para o rol da fama. Clebão e Wellington Paulista terão mais uma vez a chance de assinalar gols num clássico dessa natureza. Cuidem-se. A chance está aí. 

Pílulas 

Quem não souber lidar com pressão, escolha outra profissão diferente do futebol. A superação vem com nervos nos lugares, equilíbrio emocional e força mental. Sem isso, o jogador treme e fracassa. A frieza é fundamental. 

Clodoaldo, o Baixinho Bom de Bola, foi um dos jogadores mais frios que conheci. O mundo poderia estar desabando lá fora, mas o Baixinho se mantinha como gelo no freezer. Seu coração não elevava os batimentos, a pressão 12 por oito. Aí os gols vinham por acréscimo.