O clássico eterno

O primeiro clássico Fortaleza x Ceará que vi foi em 1957. O Fortaleza ganhou (1 x 0). Um jogo válido pela fase de grupos do primeiro turno. De lá até hoje, a expectativa é a mesma. Faz 63 anos. Vi jogadores que entraram para a história pelo sucesso nesse tipo de clássico. Outros sumiram no tempo. Meu saudosismo pede um Ceará de camisas com listas verticais brancas e pretas, calções pretos, meiões pretos; um Fortaleza de camisas com listas horizontais brancas, azuis e vermelhas, calções azuis, meiões azuis. Uniformes tradicionais. Não há favorito para amanhã. Não há favorito em clássico assim. Um pode estar numa fase melhor que o outro, mas não é favorito. Há uma frase que há tempo não uso, mas dela lembrei agora: em clássico, zebra não compra ingresso. Em outras palavras: não entra em campo. No momento, o Ceará está melhor que o Fortaleza. Isso não quer dizer nada. Quando a bola rola, torna-se imprevisível a sequência. 

Retorno 

Romarinho tem papel fundamental na transição do Fortaleza. Além da velocidade, dribles curtos. É letal nos contra-ataques. Precisa apenas um pouco mais de ajustes nas finalizações. Quando o adversário dá espaço, não há quem segure Romarinho senão com faltas providenciais. 

Titular 

Charles vinha dando sinais de cansaço. Há contusões que, por mais paradoxal que pareça, favorecem o atleta num outro quesito. A de Charles deu a ele a chance de um repouso que ele estava precisando. Houve jogo em que Charles queria ir mais, mas não conseguia. Em forma é titular. 

Domínio 

Tenho visto jogos dos grandes times brasileiros. Não vejo nenhum goleiro com o domínio de jogar com os pés como Felipe Alves, do Fortaleza. Às vezes, ele excede e assume riscos desnecessários. Mas revela muita convicção naquilo que faz. E frieza ao fazê-lo. Incrível. 

Pílulas 

Admiro a forma de trabalhar do novo técnico do Ferroviário, Francisco Diá. Simples, inteligente, motivador.  O que ele fez no Icasa em 2012 foi milagre: só faltou entrar em campo para assinalar gols.  

Agora é esperar que no Ferrão ele encontre as melhores condições de trabalho. É compromisso. Sem isso, Diá terá as mesmas dificuldades do seu antecessor.