Múltiplas funções no modelo Ceni

Qual é mesmo a posição do jogador Gabriel Dias? Tenho feito essa pergunta seguidamente. A primeira imagem foi a de um lateral-direito marcador, com limitadas subidas em apoio ao ataque. Sim, senhores, essa a imagem que se tinha. Hoje, vejo Gabriel Dias onipresente. Se duvidarem, até o goleiro Felipe Alves que se cuide. Gabriel tem sido tudo e mais alguma coisa. Defende como um Paulão, combate como um Juninho, sai para o jogo como um Felipe, é centroavante como um Wellington Paulista e ainda assinala gols de cabeça, lembrando Jardel. Exagero de minha parte? Não. Apenas uma figura que utilizo para dizer da importância dele nas formulações do técnico Rogério Ceni. O nome da posição pouco interessa. Serve mais para o locutor informar como de início o time começará jogando. Depois, cada um executará o papel que lhe foi destinado pelo treinador. Qual a posição do Tinga? Se montarem um vídeo com seus gols, dirão que exímio atacante de belos gols. Não, o Tinga não é atacante. Ceni deu até um carão no Tinga, dizendo que ele não era ala. Sei apenas que ele é muito bom goleador. O Ronald foi contratado como volante que originalmente é. Mas, não raro, está sendo visto lá na frente. É por aí.
 

Inédito
Há um caso que, se confirmado, creio inédito no futebol brasileiro. Na decisão do certame cearense de 1957, Ceará e Usina disputaram uma melhor de três partidas. Ivan Roriz, famoso goleiro do Vozão, jogou de goleiro no primeiro jogo. No segundo jogo, como houve contusões de vários jogadores do Ceará, ele teria atuado como centroavante. Voltou a goleiro no terceiro jogo, sendo campeão.

Atacante
Eu vi Ivan Roriz, grande goleiro, jogando sim como centroavante do Ceará em várias partidas, mas no time de aspirantes do Ceará. Na época havia o Campeonato Cearense de Aspirantes (hoje chamado de Time B). E o vi assinalando gols. Gostaria de confirmar com o pesquisador Eugênio Fonseca esse fato da decisão do Campeonato Cearense de 1957.

Goleiro 
Pouca gente sabe que Édson Arantes do Nascimento, o Pelé, Rei do Futebol, atuou quatro vezes como goleiro do Santos e não sofreu gols. 1959, Santos 4 x 2 Comercial, Campeonato Paulista; 1964, Santos 4 x 3 Grêmio, semifinal da Taça Brasil; 1969, Santos 3 x 0 Botafogo (amistoso); 1973, Santos 4 x 0 Baltimore Bays (amistoso). Quem o viu jogar nessas ocasiões diz que ele era bom goleiro. 

Detalhes sobre Pelé no gol. Contra o Comercial, entrou aos 19 do 2º tempo, no lugar do goleiro Lalá, que sofreu contusão. Contra o Grêmio, entrou aos 41’ do 2º tempo, no lugar de Gilmar, expulso. Aí Pelé fez duas defesas importantes. 

Importante lembrar que contra o Grêmio era decisão de vaga para a final da Taça Brasil, Campeonato Brasileiro da época. Antes de ir para o gol no lugar de Gilmar, Pelé havia assinalado três dos quatro gols da vitória de sua equipe. Gênio é isso.