Antes do início da Copa do Nordeste, a impressão era de que o Fortaleza e o Ceará, únicos times da região integrantes da Série A nacional, logo demonstrariam sua superioridade diante dos concorrentes. Agora, com cinco rodadas realizadas, há indicativos de que a situação será mais complicada. O empate do Fortaleza com o Náutico (2 x 2) em Recife e o empate com o Botafogo (1 x 1) em João Pessoa revelaram senões inquietantes. No primeiro, falhas pontuais na defesa; no segundo, o calor que o Botafogo deu no primeiro tempo. Em nenhum momento a lembrança do time do Vojvoda, agudo, dominador, intensivo. O Ceará também experimenta situação parecida com a do Fortaleza, ou seja, dois empates nos dois últimos jogos. Contra o Sampaio Corrêa, o Ceará deixou a desejar. Contra o Sport, mereceu ganhar pelo primeiro tempo que fez. Na fase final, nem tanto. Portanto, as ilusões de uma superioridade significativa dos cearenses vão cedendo espaço a uma visão mais crítica. Continuam com melhor estrutura e elencos com opções mais adequadas, mas isso na teoria. Na prática, as vantagens não são observadas na medida esperada. Tudo isso serve de alerta geral.
É muito natural que, com o avanço das competições, sejam ampliadas as cobranças. A questão é que, na memória do torcedor, ainda está bem fixada a imagem de sucesso dos dois representantes cearenses na Série A nacional. É lógico que qualquer produção abaixo da mostrada em 2021 será motivo para protestos e pressões.
Não tenham dúvida de que o investimento feito terá de retornar sob a forma de êxito em campo. É claro que, no momento próprio, passado o tempo para as devidas adequações, Silvio Romero e Renato Kayzer serão cobrados. E eles sabem que será assim. Faz parte. Prefiro entender que ambos corresponderão. Um pouco de paciência, gente.
Há jogadores que, pelas suas próprias condições, conseguem alcançar de forma mais rápida o ritmo desejado. Cito, por exemplo, Pikachu. Está muito bem. Nem parece início de temporada. Sua participação coletiva está em alta, além dos gols que já marcou. E observem que, de forma súbita, num dos últimos jogos da Série A de 2021, ele sofreu um apagão por queda de pressão.
O atacante Zé Roberto tem demonstrado rápido processo de integração no time do Ceará. Não cometam o equívoco de avaliá-lo apenas pelas conclusões. Analisem a sua participação coletiva, que é muito boa. Dos novos contratados, compreendo que o Zé tem sido um dos que logo se ajustaram ao que pretende o treinador Tiago Nunes.