Há um ano o mundo se deparou com um dos maiores problemas sanitários de sua história: o coronavírus. O futebol parou. No retorno, quase cinco meses depois, uma dúvida cruel para os fisiologistas: como seria a reação de cada jogador e de cada elenco diante dos novos desafios? Após uma preparação virtual, distante das reais necessidades de preparação de um atleta, que respostas os músculos dariam? Na época, vi a preocupação do fisiologista do Ceará, Giovanni Ramirez, estudioso da matéria. Nenhum profissional da área sabia prever alguma coisa porque inédita tal situação. Era esperar para ver. Na prática, pelo menos com relação aos dois clubes cearenses, opostos estão sendo os caminhos: o Fortaleza caiu vertiginosamente de produção; o Ceará, pelo contrário, decolou e alcançou confortável posicionamento. Certamente, no futuro, sairá algum estudo sobre os verdadeiros efeitos da Covid no desempenho dos atletas que contraíram a doença. Que tempo esses atletas levaram até obter de volta um rendimento de alta performance? Terá havido diferença de reação entre as idades e as categorias? Há um mundo de incertezas. Até agora tudo segue muito nebuloso.
Números
Não vi até hoje nenhum dado sobre quantos atletas em cada clube contraíram Covid-19. Quantos, nos times do G-4 e nos times da zona de rebaixamento, tiveram a doença? Haverá alguma relação entre as posições dos clubes e os números de jogadores que foram infectados. Tome indagação.
Rendimento
A queda de produção do Fortaleza estará ligada aos efeitos da Covid ou uma coisa não tem nada a ver com a outra? Sinceramente, faltam elementos científicos que comprovem essa relação. Quero crer que não tardará o lançamento de trabalhos de pesquisa nesse sentido.
Consequências
Antes de deixar o Fortaleza, o preparador físico tricolor, Roger Gouveia, explicou as dificuldades na recuperação de um atleta após o isolamento. Motivo: as reações são diferentes de atleta para atleta. A doença ataca órgãos diversos e varia de pessoa para pessoa. Isso dificulta muito.