É natural que a dimensão do desafio seja feita de acordo com o adversário. No caminho dos cearenses, Santos e Goiás. Compreensível então que, teoricamente, as dificuldades maiores sejam do Fortaleza, pois o Santos está no rol dos grandes times brasileiros. Além disso, o jogo será na Vila Belmiro. O Ceará, já reabilitado após a derrota para o Bragantino, recebe o Goiás, time médio. E mais: Ceará, em casa, na Arena Castelão. As colocações aqui feitas levam, pois, em consideração fatos concretos. Mas nem sempre esses fatos são determinantes quando a bola começa a rolar. Há os elementos específicos de cada partida. O ânimo do grupo. A condição individual. O que o atleta está vivenciando naquele dia. Sua vida particular. Seus problemas. Todas essas coisas têm influência. Umas de forma direta; outras, de forma indireta. Quem diria que o Ceará desabaria como desabou diante do Bragantino? O Santos é oitavo, uma colocação à frente do Fortaleza. O Goiás é o último da classificação. A rigor, não se deve avaliar apenas pelo nome ou pela colocação. Há que se verificar o momento atual do time, sua produção. Isso, sim, aproxima da verdade e conduz a uma melhor percepção do desafio.
Lanterna
O Ceará deve ter muito cuidado. No domingo passado, o Bragantino era o lanterna da Série A do Campeonato Brasileiro. Com uma campanha assim inferior, sendo o último, como iria incomodar um Ceará que vinha de vitória sobre o poderoso Flamengo e sobre o Brusque? Não só incomodou como deu um baile. Ganhou de 4 a 2, mas poderia ter sido de sete ou oito.
Advertência
É bom lembrar que o Goiás, há duas rodadas, pregou uma peça no então líder, o Internacional. O Goiás teve Jefferson, lateral-esquerdo, expulso aos três minutos do primeiro tempo. Jogou o restante da partida com um jogador a menos. E assim mesmo conseguiu bela vitória (1 x 0), gol de Vinícius.
Otimismo
Os recentes jogos do Fortaleza foram muito bons. Houve a vitória sobre o Sport, mas fixo a observação positiva nas partidas diante dos gaúchos. O empate com o Grêmio em Porto Alegre mostrou um Fortaleza compacto, brioso, forte. Lá foi garfado. Aqui, contra o Internacional, uma atuação altiva. Bela vitória. Está pronto para enfrentar aqui ou lá fora qualquer time do País.
Rafael Sóbis, com os dois gols que marcou diante do Brusque, na goleada por 5 a 1, pela Copa do Brasil, pode começar a retomada. Apesar das oscilações, Sóbis tem qualidade. Não há dúvida. // O melhor goleiro do futebol cearense no momento é Felipe Alves, do Fortaleza. Pesa muito a sua arte de saber sair jogando com os pés. Garante a posse de bola para o Tricolor no iniciar.
Estou começando a aceitar a filosofia de que o goleiro que sai jogando, apesar de assumir riscos para a defesa do seu time, garante mais a posse de bola. Quando o goleiro tenta ligação direta, com chutes longos, geralmente a bola é logo recuperada pelos adversários. A tática de colocar o goleiro para sair jogando é muito utilizada hoje em dia, inclusive por Rogério Ceni.