Todas as forças do Ceará canalizadas agora para o único objetivo: sair da zona de rebaixamento. O Ceará, na sua história, jamais participou da Série C. Em momentos, esteve para cair, mas se segurou. Lembro agora de um programa radiofônico que, nas décadas de 1950 e 1960, fez o maior sucesso no Brasil pelas ondas da Rádio Nacional: "Balança, Mas Não Cai". O Vozão já balançou duas vezes. A primeira em 1996 na famoso jogo com a Tuna/PA. Se perdesse, cairia. O técnico Lira invadiu o campo do PV e entrou em luta corporal com o árbitro Valdomiro Matias. O Ceará ganhou (2 x 1). A segunda em 2005. Na última rodada, se o Ceará não ganhasse do Vila Nova no PV, cairia. Ganhou (2 x 0) e permaneceu na "B". Naquele ano, Bahia e Vitória foram rebaixados para a Série C nacional.
Cruciais
A duas situações expostas (1996 e 2005) foram as piores vividas pelo Ceará. Dramáticas mesmo. Escapou nas últimas e só Deus sabe como. Agora o alvinegro vai para a terceira provação. Precisa de sete pontos para superar o primeiro que está fora da zona, o Paraná, que tem 23 pontos. Só com mais três rodadas será isso possível.
Confiança
O mais importante o Ceará já conseguiu: recompor a autoconfiança e a autoestima. Mesmo com a derrota para o São Paulo, restou provado que até o time reserva tem força, brio, coragem, para encarar times tecnicamente mais fortes. Abriu um leque para o técnico Marcelo Cabo utilizar melhor as opções do chamado time alternativo.
Recordando
1979. Uma das formações do Fortaleza. A partir da esquerda (em pé): Pepeta, Bosco, Milton, Ronner, Sérgio Monte e Dudé. Na mesma ordem (agachados): Vicente, Bibi, Florisvaldo, Paulinho e Osvaldino. Esse time foi vice-campeão cearense em 1979. Campeão foi o Ferroviário. O Ceará foi o terceiro. Desse grupo, só mesmo com Sérgio Monte mantenho contado. Há anos não tenho notícias dos demais. (Do álbum de Sérgio Monte).
Do outro lado
Examinei o Grupo B, de onde virá o adversário do Fortaleza no mata-mata. Há times que poderão dar muito trabalho ao tricolor como Londrina/PR, Portuguesa/SP, Juventude/RS ou Guarani/SP. Mas em nenhum deles há algo superior ao Fortaleza. Podem nivelar. Tudo bem. Superioridade, não.
Semelhanças
Não há enorme diferença entre as 20 equipes da Série C. Claro que as do G-4 estão numa situação melhor, mas o padrão do futebol não difere tanto quanto se imagina. Basta ver que, em todas as séries do Campeonato Brasileiros, há times do G-4 engasgando-se com os últimos colocados. Isso ratifica a opinião aqui exposta.
Em forma
João Marcos, volante do Ceará, voltou a jogar muito bem. Desde as disputas com o Tupi/MG, João retomou a eficiência de um futebol que o fez titular do Ceará durante anos a fio. Quando perdeu a posição de titular, não estava bem. O período no banco parece que lhe fez bem. João voltou. Está com bola para outra vez a ser titular. Contra o São Paulo jogou muito bem nas duas partidas.
Vitória e decepção. O Ferroviário estreou na Copa Fares Lopes com vitória sobre o Ceará(1 x 0) no PV, gol de Rinaldo. Sim, não era o time principal do Ceará, mas valeu a vitória coral. É o início de uma recuperação. Embora tenha vibrado com a vitória, o presidente do Ferroviário, Carlos Mesquita, ficou muito decepcionado com o reduzido público que foi prestigiar o Ferrão. Onde anda a torcida coral? Onde anda a Fiel? Carlos Mesquita tem razão. Se não tiver apoio, sozinho fica tudo muito difícil.
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