Tom Barros: Riscos e objetivos

A missão do Fortaleza é difícil, mas plenamente realizável. Dificuldades previsíveis. Uma delas: o modelo fechado de jogar do Brasil. Mas esse presumível modelo só vingará na totalidade se o visitante não sofrer o primeiro gol. Se o Fortaleza abrir o placar, o Brasil, pelas circunstâncias, terá de subir. Aí o jogo ficará igual na proposta, nos riscos, nos objetivos, quebrando o estilo fechado que o Brasil adotou no segundo tempo em Pelotas, quando administrou a vantagem (1 a 0). A operação de guerra para esta decisão de vaga me parece mais complicada que quando o Leão decidiu com Oeste e Macaé. E talvez por isso mesmo, pela maior exigência do desafio, agora não fique a contemplar vantagens, fato que, a meu ver, o prejudicou nas decisões anteriores.

Atenção

Se o Brasil tem como poderosa arma o jogo aéreo, que haja no Fortaleza maior atenção nesse serviço. Advertência a Ricardo Berna, Lima e Adalberto, do setor que será mais explorado pelo Brasil. Uma forma de neutralizar esse tipo de jogada é impedir que os lançamentos saiam. Tarefa essa da marcação na intermediária.

Cuidado maior

O goleiro Ricardo Berna andou soltando algumas bolas e saindo mal no jogo em Pelotas. Em compensação, fez defesa notável num chute de Gustavo Papa. Um segundo gol ali teria sido terrível. Ricardo deve ter cuidado ainda maior amanhã, pois sofrer gol poderá ser fatal. Para cada sofrido o Leão terá de assinalar dois.

Esperanças

Mesmo com os problemas de contusões de atletas importantes, ainda em fase de recuperação, há esperança de um Ceará capaz de surpreender. Ou não foi com um time alternativa que o alvinegro bateu no São Paulo de Pato em Ganso dentro do Morumbi? São situações admitias no futebol, embora raras.

Separação

Cabe ao Ceará a devida separação das coisas. Não levar o problema como um todo para cada partida. Ora, para cada partida basta o seu próprio cuidado. E assim poderá ir construindo isoladamente o que precisa como um todo. Se pensar sempre no que terá de fazer até o fim do certame, aumentará as preocupações desnecessárias.

Julgamento

Só o tempo julgará com isenção a passagem de Evandro Leitão à frente do Ceará. O que ele recebeu e o que deixa como legado. Recebeu o time com apenas três atletas e dívidas. Deixa tudo saneado e com um CT de elevado nível. Subiu para a Série A e o levou à Sul-Americana. Tempos de Glória. Agora o risco de cair para a Série C. Mas terá de ser julgado pela obra toda.

Caixa de entrada

De Zecândido (93 anos), destaque do futebol cearense nos 40, recebi esta nota: "Em 18 de outubro de 1942, 24º aniversário do Fortaleza, houve um jogo comemorativo no PV no qual o tricolor, sob o comando do então sargento Mozart Gomes, derrotou (2 a 0) a Seleção Cearense, que se preparava para o Campeonato Brasileiro. Gols de Jombrega e Stênio. Formação do Fortaleza: Zeonofre, Valdemar e Zefelix; Torres, Carinha e Zé Sérgio; Jombrega, Vem-Vem, Stênio, Zecândido e Josué.

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