Lanterna outra vez, o Ceará agora refaz as contas para saber o que terá de realizar para afastar de vez esse cálice. A torcida sabe que a luta para sair da zona de rebaixamento será doída até a última rodada. Um vaivém que oscilará a cada rodada. Certamente os mesmos temores de 1996, quando escapou na última rodada ao vencer (2 x 1) a Tuna no PV. Certamente os mesmos temores de 2005, quando escapou na última rodada ao ganhar (2 x 0) do Vila Nova também no PV. A propósito, o comentarista Bechara já levantou um tema polêmico: entende que, no momento, correto seria transformar outra vez o PV no alçapão para a grande virada. Entre os jogadores, há também quem pense assim. Mas a matéria comporta opiniões contrárias. Mote para reflexão. Até lá, sofrimento sem fim.
Mudança
É bom lembrar que, não faz muito, o Ceará deixou de jogar no PV porque entendia que no Castelão, pelas condições melhores de estádio, o time também produziria melhor. Cada cabeça uma sentença. Time bom não depende de estádio para se garantir. Passa por cima das diferenças. O oscilante futebol do Ceará é que preocupa.
Não segura
O desempenho do Ceará inquieta. Diante do Paraná ganhou no sufoco, com dois gols nos minutos finais (4 x 3). Teve muita sorte. Já no Serra Dourada só acordou aos 29 minutos do primeiro tempo, quando empatou (1 x 1. Aplicou a virada (2 x 1). Aí quando todos o imaginavam com o jogo na mão, tomou o troco da virada (3 x 2). É desalentador.
Recordando
Década de 1960. Time do Calouros do Ar. Identifiquei apenas alguns jogadores. Quem identifica para mim o grupo todo? A partir da esquerda (em pé): o 1º é Luciano, o 3º Romualdo, o 4º Pedrinho, o 5º Aracati, que morreu no dia 24 de junho passado. Na mesma ordem (agachados): o 3º Zezinho, 4º Adonias. O auge do Calouros do Ar foi em 1955, quando se sagrou campeão cearense profissional, ganhando do Ferroviário na final.
Advertência
O Fortaleza jogou bem, máxime no primeiro tempo, na vitória sobre o Salgueiro (4 x 2). Mas os gols que sofreu mostram o quanto vacila o compartimento defensivo tricolor. Berna foi obrigado a fazer defesas importantes. E o Salgueiro mandou duas bolas na trave. Essa vulnerabilidade tricolor terá de ser corrigida antes do mata-mata.
Classificação
Embora matematicamente o Leão ainda não tenha vaga assegurada para a etapa seguinte, sua vantagem não permite dúvidas sobre a passagem para a próxima fase da Série C. Se Lúcio Maranhão retomar o caminho do gol, que ele conhece tão bem, ultrapassar o mata-mata será consequência normal.
Dúvida cruel
O goleiro Luís Carlos faz defesas miraculosas. Voltou à condição de titular. Entretanto, mais uma vez, falhou na saída da meta. Ele costuma hesitar quando as bolas são lançadas pelo alto na área. Agora vem a dúvida cruel: ele hesita por não confiar plenamente na zaga, que também erra em lances assim, ou a zaga erra por não ter total confiança no goleiro nesse tipo de lance?
Observações. O ala do Ceará, Victor Luís, ganhou as graças com os três gols que marcou em três jogos seguidos. Nem no tempo de Vicente, o Ceará teve tamanho aproveitamento. /// Goleiro do Leão, Ricardo Berna, fez grande partida contra o Salgueiro. Mas cuidado quando for reclamar das provocações. Lances como aquele, no caso de um árbitro rigoroso, podem resultar em expulsão. /// Na vitória do Atlético/GO sobre o Ceará, o árbitro Paulo Schleich/MS prejudicou o alvinegro. O pênalti não existiu.