O Fortaleza está na chamada contagem regressiva. É como lançamento de foguete em Cabo Canaveral, na Flórida, Estados Unidos: nine, eight, seven, six, five, four, three, two, one, zero... Fogo! E lá vai o tricolor em busca de nova ascensão. Quem já esteve duas vezes na Série A nacional, quem já foi duas vezes vice-campeão da Taça Brasil, não pode ficar mais um ano na Série C, a prima pobre da CBF. A expressiva e antecipada venda de ingressos para o jogo de volta com o Brasil de Pelotas já demonstra que o Castelão viverá no dia 17 de outubro uma invasão da torcida tricolor. Não tenho dúvida de que superará todas as expectativas. Ao técnico Marcelo Chamusca caberá um trabalho especial: não deixar que o clima das ruas passe ao ambiente interno do Pici.
Blindagem
Em momentos decisivos como o que passa a viver o Fortaleza, geralmente a tendência é blindar a equipe, visando a evitar interferências ou influências externas. Até concordo com certos cuidados, mas é bom evitar exageros que às vezes acontecem. Em tudo na vida exagero é prejudicial. Sábio é quem na medida certa sabe dosar a blindagem.
Ambiente
As condições no Pici são muito boas. Nada de otimismo exagerado, nada de fantasmas inoportunos. A experiência tricolor nos mata-matas passados fez o time amadurecer. O próprio treinador Marcelo Chamusca certamente fará uma revisão de conceitos, em vista do que ele mesmo passou em 2014. O cuidado agora é manter a serenidade.
Recordando
2005. Assim se passaram dez anos. Fortaleza na Série A nacional. A partir da esquerda: o meia Lúcio e o atacante Fumagalli. Em 2005, o Fortaleza fez bela campanha. Terminou a competição em 13º lugar, com 55 pontos, à frente de times famosos como Flamengo (15º) e Atlético Mineiro (20º). Foi a melhor participação do Fortaleza na Série A do Campeonato Brasileiro. No ano seguinte, 2006, o Fortaleza não foi bem. Terminou rebaixado em 18º lugar.
No caminho
O Ceará terá pela frente: Criciúma (fora), Botafogo (fora), Boa (aqui), Mogi (fora), ABC (aqui), Bragantino (aqui), Vitória/BA (fora), América/MG (fora) e Macaé (aqui). Situação delicada, mas resta tênue esperança. A caça agora é ao Macaé, pois Criciúma, Oeste, Paraná e Atlético/GO abriram boa distância.
Adversários
O Macaé terá pela frente: Paysandu (fora), Mogi (no Rio), Paraná (fora), Vitória (no Rio), Náutico (no Rio), Atlético/GO (fora), Boa (no Rio) e Ceará (no Castelão). Portanto, está posto pelo cenário do momento que a luta para segurar a última vaga e fugir do rebaixamento será entre Macaé e Ceará. A vantagem do Macaé é de oito pontos.
Desafio
Como foi agradável e otimista a presença do novo técnico do Ceará, o gaúcho Lisca, no Debate Bola (TV Diário). Ele demonstrou que conhece a profundidade do desafio que abraçou, mas acredita que tem condições de alcançar seu objetivo. Lisca é gaúcho. Vem da mesma terra de Valdir Espinosa, técnico que salvou o Ceará de um situação semelhante no ano 2005.
Escola Gaúcha
Lisca tem como berço o futebol combativo, que não desiste nunca. Exemplo está na "Batalha dos Aflitos", Série B 2005. O Grêmio decidia com o Náutico em Recife quem subiria para a Séria A em 2006. Aos 35 minutos da fase final, o Grêmio teve contra si um pênalti mal marcado e quatro jogadores expulsos. Houve confusão. Galatto, goleiro do Grêmio, pegou o pênalti. Lance seguinte, Anderson fez o gol da vitória, do título e do retorno do Grêmio à Série A. É assim que Lisca quer o Ceará.