Quem de sã consciência acreditaria que o time reserva do Ceará ganharia do São Paulo no Morumbi? Quem de sã consciência acreditaria na virada do Ceará sobre o Paraná, quando perdia por 3 a 2 a três minutos do fim? Ninguém. Verdadeiramente ninguém. Mas o Ceará ganhou. Em três dias e em três minutos transformou-se no time das causas impossíveis. Três dias após a retumbante vitória em São Paulo, houve em três minutos a virada sobre o Paraná (4 x 3). Garra, loucura, força, vontade, lágrimas, fé, luta, bravura, superação. Significativa metamorfose relâmpago de um time perdido num time triunfador. Jogou mal. Complicou. Mas, no final, a dramática conquista. Quando tudo parecia consumado, valeu o esquema coração.
Necessidade
Os próximos jogos na "B" também exigirão muito do alvinegro porque ainda precisará de vitórias em sequência. Assim terá de dar espaço, se expor, facilitando o trabalho dos adversários. A defesa, já vulnerável, mais riscos correrá. Mas o time terá de conviver com isso até sair da zona de rebaixamento. Depois poderá repensar.
Estratégia
A meu juízo, ontem o Ceará em dois momentos não soube tirar proveito da situação que lhe passou a ser favorável: justo quanto comandou o placar. Teria sido a hora de fechar a guarda e chamar o Paraná. Não o fez. Tomou gols incríveis. Mote para reflexão já com o olhar voltado para o Serra Dourada, onde enfrentará Atlético/GO.
Recordando
Equipe da Ceará Rádio Clube na década de 1970. A partir da esquerda (em pé): Vilar Marques, Chico Rocha, Tom Barros, Júlio Sales, Messias Alencar e Roberto Moreira (hoje Roberto é diretor de telejornalismo da TV Diário e diretor de radiojornalismo da Verdinha). Na mesma ordem (agachados): Paulo César Carioca, Lima Júnior, Alberto Pinheiro, Sovela e Souza Filho. (Colaboração de Paulo César Norões).
Notas & notas
O Ceará ainda é, pela visível ansiedade, um time confuso. /// O golaço de Luís Carlos sobre o Paraná me fez acreditar que, naquele outro gol que ele marcou no Macaé, chutou, não para cruzar, mas para fazer o gol mesmo. /// A bomba de Fabinho no gol de empate (3 x 3) deixou atônito o Paraná. E o gol de Rafael Costa (4 x 3) foi consequência disso.
Repercussão
A derrota do Fortaleza para o Asa deve ser analisada com frieza. O segundo tempo do Fortaleza em Alagoas não foi tão ruim quanto o segundo tempo contra Salgueiro, Águia e Cuiabá. Mas o Leão aceitou demais o adversário. Em nenhum conseguiu se impor lá fora como time líder, senhor absoluto de suas ações. É o que está faltando.
Sem perdão
É preciso que haja forte conscientização por parte dos jogadores do Fortaleza. Na fase mata-mata não será admissível perder certas e claras oportunidades de gol. A chance que Auremir perdeu aos 28 minutos do primeiro tempo em Arapiraca jamais poderá ser perdida da fase eliminatória. Agora dá para contornar, mas no mata-mata não haverá perdão.
Consequências. Por mais paradoxal que pareça, a derrota do Fortaleza em Alagoas veio na hora certa. As vitórias, máxime quando o time não joga bem, terminam por encobrir os defeitos. As vitórias têm o mágico poder de camuflar equívocos. Aí, na hora da definição, nos mata-matas da vida, acontecem as surpresas indesejáveis. Está claro: o Fortaleza precisa ser mais incisivo, impondo-se e não aceitando os mandamentos do adversário. Carece de urgente ajuste nas conclusões.