Tom Barros

Assumindo riscos

O Ceará apostou num treinador que busca afirmação. Desta vez preferiu não repetir os nomes manjados como PC Gusmão, Hélio dos Anjos ou outros mais que por aqui algumas vezes já passaram. Marcelo Cabo, diferente de Silas e Geninho, jamais treinou um time grande da Série A nacional ou mesmo do futebol brasileiro. Mas segue um projeto que visa a qualificá-lo para chegar à condição de treinador de ponta, integrante de uma nova geração. Se tirar o Ceará do atoleiro, alcançando um êxito que Silas e Geninho não conseguiram, certamente pesará positivamente no seu currículo em futuras avaliações. Se não conseguir êxito, restará o pretexto de que já pegou o time desonerado. Assim vale apena para ele assumir todos os riscos. Agora é esperar para ver.

Crítica

Há que se entender a natureza crítica do ser humano. É impossível agradar a todo mundo. Há os que censuram o Ceará por ter trazido um técnico da Série B, do Macaé, um homem sem um título sequer no futebol profissional brasileiro. Se tivesse trazido um medalhão que por aqui já passou, diriam: é a mesmice.

Voto

Dou um voto de confiança a Marcelo Cabo. Justo por não conhecer a fundo o seu trabalho, opto por esperar. Tempo ao tempo. Ora, Silas, quando esteve aqui no Fortaleza, também nunca tinha treinado um grande time nacional. Era auxiliar do Zetti. Firmou-se aqui. Depois foi para o Avaí, Flamengo... Assim pode ser o caminho do técnico Cabo.

Tudo ou nada

O presidente do Ceará, Evandro Leitão, foi para o tudo ou nada ao contratar Cabo. Se este recuperar o time e não for rebaixado, Evando escapará da execração. Se assim não for, será certamente torpedeado por ter entregue o time a um treinador sem nenhuma experiência na missão de comandar equipes de massa em grave crise.

Fora

No jogo do Fortaleza em Goiânia (em disputa a liderança), cabe uma advertência ao Leão: não deixar o padrão cair na fase final. Em dois jogos fora, um contra o Salgueiro em Pernambuco e o outro contra o Águia no Pará, o segundo tempo do Fortaleza foi ridículo. Abdicou de jogar. Puxão de orelha nos meninos, Chamusca.

Assistência

Impressionante a precisão com que o volante Corrêa consegue colocar os companheiros em condições de assinalar gols. Na vitória sobre o Icasa (2 x 0), os passes de Corrêa para os gols de Daniel e Lima foram um primor de exatidão quanto à velocidade e altura da bola. Na medida. Virou especialidade, conforme oportuno levantamento feito pelo repórter Ivan Bezerra.

Eliminatórias

Os critérios para a presença de seleções em Copas do Mundo mudaram com o tempo. Na primeira, em 1930 no Uruguai, foi mediante convite. Na segunda em 1934 na Itália, um fato inusitado: o país-sede disputou as eliminatórias. De 1938 a 2002, tinham vagas garantidas, sem participar das eliminatórias, o país-sede e o ultimo campeão. A partir de 2006, na Alemanha, somente o pais-sede passou a ter a sua vaga assegurada. (Colaboração de Airton Fontenele).

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