Tom Barros

O drama continua

Nos primeiros momentos de Ceará 2 x 3 Mogi Mirim, tive a impressão de que o Vozão ganharia. Assumiu o controle da partida e até mandou bola na trave. Mera ilusão. O gol do Mogi, Rivaldo Junior, gerou impacto negativo do qual o Ceará demorou a sair. Na fase final, o gol de Ricardinho (1 x 1) renovou a esperança alvinegra de reencontrar a confiança. Mera ilusão. Novo gol de Rivaldo Junior complicou o alvinegro. Mas teimosamente outro gol de Ricardinho (2 x 2) recompôs a esperança. E de novo mera ilusão. Sempre ela, a ilusão. Edson Ratinho fez o terceiro gol do Mogi. Acabou a ilusão. Abateu de vez o time do Ceará. Duro golpe, acompanhado de vaias. Essas vaias. Dolorosas vaias. Lanterna. Isolada lanterna. O drama continua. Até quando?

Recordando

2005. Time do Tiradentes. E assim se passaram dez anos... A partir da esquerda (em pé): Fredson, Israel, Eridon, Batista, João Marcelo e Claudevan. Na mesma ordem (agachados): Gladstone, Paloma, Piva, Reginaldo e Zandonaide. Detalhes: Piva teve boa passagem no Horizonte do técnico Argeu do Santos. Paloma teve bons momentos no Limoeiro do técnico Oliveira Canindé. (Coleção de Elcias Ferreira).

Limitações

As dificuldades que o Ceará tem de converter em gols as chances produzidas são ostensivas. A pressão há gerado embotamento. O time se apavora quando em desvantagem. E passa a errar passes de três metros. Erros que não cometeria em circunstâncias normais. Num é mesmo Baraka? O espectro do rebaixamento apavora.

Conclusões

É notória afobação do Ceará em campo. A ausência de vitória e a ânsia para buscá-la fizeram com que Rafael Costa e Uillian Correia perdessem gols que há bem pouco tempo jamais perderiam. Foi assim contra o Mogi. Enquanto o grupo não souber segurar os nervos e não tiver força mental para neutralizar as adversidades tudo será muito mais difícil.

Temores

O Fortaleza, senhor dos senhores no primeiro tempo, mais uma vez sumiu na fase final em Marabá. Por mais que justifiquem o calor de quase 40 graus e as condições mínimas do campo, ainda assim inadmissível tamanha queda de produção. Repetição de fato já acontecido em Salgueiro. Isso é que leva a torcida a temer o mata-mata.

Razoável

Sim, compreendo que em Marabá o Fortaleza estava com a vitória na mão e, por isso mesmo, cuidou de evitar desgastes desnecessários. Mas não era preciso sumir tanto do jogo como sumiu. Se pelo menos tivesse mantido um padrão razoável, seria compreensível. Mas abdicar de jogar como o fez é algo muito preocupante.

Carão

Sumir do jogo uma vez é compreensível. Sumir duas vezes, preocupação. O Fortaleza sumiu no segundo tempo em Salgueiro. Repetiu a dose em Marabá. Nesta fase classificatória não há problema. Mas fica o alerta ao técnico Marcelo Chamusca. E se a terceira acontecer no mata-mata? A terceira vez poderá ser fatal, se na etapa eliminatória. Carão nos meninos, Marcelo.

Tristeza

Senti muito a morte do que querido comunicador Bonifácio de Almeida. Ontem, no velório, ao olhar seu corpo inerte, logo me vieram os primeiros anos de nosso ingresso no rádio. As esperanças, os sonhos, os desafios. Trabalhamos juntos na Rádio Uirapuru e na Rádio Dragão do Mar nas décadas de 1960 e 1970. Boni, de olhos verdes, sucesso absoluto. Versátil, narrador, repórter, comentarista, apresentador. Voz bonita. Encantava. Fez a sua parte. Dele guardarei grandes recordações. Saudade.

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