A primeira vez
O Fortaleza continua líder, três pontos acima do vice-líder, o Vila Nova. E tem ainda o maior número de vitórias: cinco. Ótima margem de vantagem (cinco pontos) com relação ao primeiro time fora do G-4, o América/RN. Portanto, o tricolor está bastante seguro nesta etapa classificatória. Nada o assusto. Dizem que a primeira vez ninguém esquece. Será assim também no futebol? Bom, se no futebol é ou não assim, essa primeira derrota do Fortaleza não deve ser esquecida pela forma como aconteceu. O Confiança fez o gol e o Leão dançou num festival de chances perdidas. A maior de todas as oportunidades desperdiçada por Lúcio Maranhão. Sim, logo ele, goleador nato. A reincidência do Fortaleza nos erros de conclusão é coisa séria. Isso, sim, não deve ser esquecido.
Próximo desafio
A retomada do Ceará com uma vitória transformadora, aliviadora, renovadora, pacificadora, poderá acontecer já na quarta-feira, dia 15, diante do Tupi/MG pela Copa do Brasil. Cenário: o "velho" PV, de onde o tiraram sob o pretexto de que seria mais fácil o Vozão reencontrar seu melhor futebol no Castelão, de gramado padrão Fifa. Não se surpreendam se, por ironia do destino, o reencontro do Ceará com a vitória vier a acontecer exatamente no PVzinho de onde saiu.
Mais gols
Nos três primeiros jogos, as vitórias do Fortaleza tiveram aproveitamento bom nas conclusões: 2 a 0 no Icasa, 3 a 2 no Vila Nova e 3 a 1 no Cuiabá. Marcou oito gols em três jogos. Mas nos três jogos seguintes, fez só um único gol por jogo: 1 x 1 com o Asa, 1 a 0 no Salgueiro e 1 a 0 no América/RN. Agora piorou: diante do Confiança não fez gol.
Preocupação
Em vista das vantagens já expostas, ainda que o Leão tenha folga, o mesmo não se pode dizer com relação ao mata-mata, caso o índice de aproveitamento continue na descendente nas conclusões. Não quero acreditar que o Fortaleza vá tropeçar na mesma pedra. Em 2014, Marcelo Chamusca viu o Leão eliminado pelo Macaé exatamente por isso.
Recordando
1982. Equipe Esportiva da Rádio Verdes Mares. No Castelão: a partir da esquerda - Cleiton Monte, Peter Soares, Gomes Farias, o colunista, Marco Antonio Barão e Zezinho. Na mesma ordem: Carlos Silva, Djalma Freire, Gladson Serafim, Paulo César Norões e Jáder Morais. Desse grupo, permanecem na Verdinha Gomes Farias, Paulo César Norões, o motorista Zezinho e este colunista. Faz 33 anos.
Dois tipos
Enquanto o Ceará não conseguir vencer perdurará terrível pressão sobre o grupo. E pressão dupla. Primeiramente, a pressão interna, dos próprios jogadores que se cobram. Os bons profissionais se cobram muito. E essa pressão talvez seja pior que a pressão externa. Notei isso nas recentes entrevistas dos atletas após os jogos.
Externa
A pressão externa tem um efeito mais forte na hora do jogo. Vem através de manifestações desfavoráveis, mas varia de acordo com as circunstâncias ou o andamento do próprio jogo. O que mais abate um time sob pressão é a vaia. Esta faz até craque errar passe de três metros. Daí o pedido de paciência. Muita paciência, gente.
Entrevista
Após o empate do Ceara com o Criciúma vi entrevista muito consciente de Uillian Correia, meia, alvinegro. Equilibrado, falou sobre a situação. Com muita consciência profissional, não deixou transparecer qualquer insatisfação por ter entrado a poucos minutos do fim, somente com tempo para ouvir o apito derradeiro do árbitro. Revelou admirável desprendimento.