Critérios de convocação
Depois de tantas denúncias de corrupção no futebol, perdi a confiança nos critérios de convocação da Seleção Brasileira. Não digo que os treinadores sejam desonestos. Não é isso. Entendo que são profissionais sérios. Problema é que, quando assumem, têm de se submeter aos ditames já postos, isto é, aos contratos publicitários antes assinados pelos dirigentes da CBF. Aí, certamente, sujeitam-se às cláusulas contratuais. Na presente convocação, por exemplo, nota-se a ausência de Daniel Alves. Daniel foi mal na Copa do Mundo. Tudo bem. Mas agora retomou a forma. Sagrou-se campeão da Liga dos Campeões e foi eleito o melhor lateral-direito da competição. Renovou contrato com o Barcelona por mais dois anos. Mas está fora da Canarinho.
Recordando
2007. Copa América realizada na Venezuela. Brasil campeão. Atacante argentino Leonel numa foto batida no dia 4 de julho em Puerto La Cruz. E o atacante brasileiro Robinho numa foto batida no dia 11 de julho em Puerto Ordaz. Essas fotos integraram o cartaz de chamada para a grande final que aconteceu no dia 15 de julho em Maracaibo. O Brasil ganhou por 3 a 0, gols de Júlio Batista, Roberto Ayala (contra) e Daniel Alves.
Fase
Daniel Alves, eleito o melhor ala da Champions League, está fora. Mas David Luiz e Thiago Silva, que não foram bem nessa competição, estão no elenco para Copa América. Há também atletas vindos de países que jamais se destacaram no futebol mundial: Everton Ribeiro do Al Ahli-EMI e Douglas Costa do Shakhtar Donetsk.
Países
Amigos, nada contra o Al Ahli, mas quando a Arábia Saudita foi referência no futebol? Nada contra o Shakhtar Donetsk, mas quando a Ucrânia foi referência no futebol mundial? Será possível que no Brasil de dimensão continental não há jogadores melhores do que os que atuam nesses mencionados países? É tudo estranho.
Prata da casa
Na década de 1950, na época das convocações, os jogadores que atuavam no Brasil tinham preferência sobre os que atuavam no exterior. Para a Copa do Mundo de 1962, o zagueiro Orlando, campeão do mundo titular em 1958, não foi convocado porque estava atuando no futebol argentino. Hoje, para a Copa América, vale o contrário.
Mordida
No futebol há uma expressão bem interessante: "seleção tal está mordida". Significa que está pronta para a luta, afiada e que vai para cima. Nesta Copa América a seleção do Uruguai ficou sem a sua maior mordida: a ausência de Luís Suárez que cumpre suspensão imposta pela FIFA por causa da mordida no italiano Giorgio Chiellini.
Saudade
Copa América, Campeonato Cearense, futebol brasileiro, futebol mundial. Cristiano Santos viveu ligado nesse esporte. Daí o Memofut/CE que ele coordenou com tanto amor. Hoje, Cristiano é saudade. É memória. É lembrança. Morreu moço demais. Missa da Esperança logo mais, às 19h, na Igreja dos Remédios (Benfica). Familiares e amigos em oração.
Meio-termo
Nos ambientes desportivos, máxime em boa parte da crônica, noto uma tendência de desvalorização da Copa América. Isso acontece quando vão compará-la à rica Eurocopa, que envolve número bem maior de seleções do chamado primeiro escalão. Mas, a meu juízo, a Copa América não é uma competição mixuruca como os críticos mais rigorosos a qualificam. Pode até não ser tão expressiva quanto à Eurocopa, mas também não é uma segundona como alguns querem. É um meio-termo, penso.
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