Tom Barros

A quem interessar possa

Zona de rebaixamento. De apreensão. De alerta. De tormento. Maldita. Chata. Condena. Expurga. Discrimina. Elimina. Nela ninguém quer entrar. Portão de acesso ao inferno. Para de lá sair, haja futebol. E ação. E reação. Sem demora. Mora lá a incerteza. Mora lá o caos. O cão mora bem vizinho. Parede com parede. É lá onde há o ranger de dentes. O espernear. A falta de ar. Zona de rebaixamento, onde todos são olhados com desdém, onde a qualidade é inferior. Baixo astral. São quatro lugares detestáveis. Abomináveis. Mas a zona é um recado. Quem quiser ouvir ouça. Quem não quiser compreender corre o risco de uma definitiva condenação. Aí virão as lágrimas tardias. Os prantos do desespero. As frustrações. Sinal de alerta. A quem interessar possa...

A posse

Na derrota para o Náutico, a posse de bola foi do Ceará. Mas de que adianta a posse de bola sem a conclusão perfeita? Esta invalida aquela. O Ceará tem mais toque, mas se torna improdutivo sem os necessários gols. Além disso, é preciso que o time tenha um repertório melhor para romper os modelos fechados como o que o Náutico usou.

Motivos

Como furar retrancas? Há várias maneiras. Uma delas: pelos flancos. Outra: forçar dribles na entrada da área para gerar faltas perigosas e "amarelar" os adversários. Mais uma: tiros fortes de longa distância. Para estas duas últimas, o Ceará tem Ricardinho. Pelos flancos, aí há carências. Fernandinho ainda vai. Mas só ele. Vozão não fez isso em Recife.

Recordando

Dois meio-campistas que marcaram época no futebol cearense: Bechara e Ossilon. A foto foi batida em junho de 2013 na Quadra Radialista Flávio Brilhante, em Tabuleiro do Norte, antes do jogo de futsal Tabuleiro x Maranguape. Bechara integra o grupo de jovens comentaristas do Debate Bola da TV Diário, no caso, Tobias Saldanha e Flávio Rovere. Ossilon continua engajado no esporte em Tabuleiro. (Colaboração de Carlos Leal).

Definido

O Fortaleza alcançou aquele estágio em que todo mundo sabe de cor escalar o time principal e até mesmo as opções. É o estágio em que acontece a automação. Ao Leão caberá apenas os ajustes que cada situação exigir. Marcelo Chamusca tem o time na mão. Imaginam só quando Corrêa puder voltar. Convincente campanha.

Senões

Volto a advertir: que a campanha vitoriosa do Fortaleza não sirva para encobrir os senões. Marcelo tem, com seus jogadores, que ajustar a artilharia. O índice de erros preocupa. Na vitória sobre o Cuiabá as chances perdidas no primeiro tempo por pouco não comprometeram o resultado. No mata-mata pode ser fatal.

Presença

Rodrigo Silva estreou pelo Ceará num momento em que as condições eram desfavoráveis diante do Náutico. Ainda assim, conseguiu fazer três finalizações. Mas parece que a ansiedade da estreia o levou a conclusões mal elaboradas. De qualquer forma, deixou boa impressão pela presença, quer na área, quer fora dela. Vamos aguardar os próximos jogos.

Rotatividade

O que não serve para o Flamengo serve para o Cruzeiro: Wanderley Luxemburgo. A vida de treinador é vaivém. Quantas vezes Wanderley treinou o Flamengo? Wanderley voltou para o Cruzeiro, onde já ganhou título brasileiro. Há alguns anos ele foi um fracasso no Atlético/MG. Mas essa turma não fica desempregada. O Felipão, logo após perder a Copa do Mundo pelo Brasil, sofrendo duas goleadas, já estava empregado no Grêmio, de onde foi demitido em maio. Vida que segue.

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