Vinte clubes. Vinte sonhos
Começa a Série B com seus percalços, limitações, compromissos. São vinte clubes, vinte sonhos, vinte projetos, vinte realidades, vinte ilusões. Quem chegara ao alto? O Ceará está no rol dos que terão condições de subir. Aliás, tem condições de fazer as duas coisas: de sonhar e de subir. E mais: projetar e executar. E repetir o feito de 2009 quando ascendeu à Série A nacional sob o comando de PC Gusmão. Há dois anos poderia ter repetido o feito. Teve tudo ao alcance das mãos em pleno Castelão, mas viu o Joinville transformar em frustração o que seria a apoteose de um retorno triunfal. Na Série B, o Ceará, campeão do Nordeste, tem mesmo de se impor pelo que conquistou em campo na Copa regional, mas compreendendo que o atual desafio é muito maior.
Recordando
21.11.2009; Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas (SP). O então técnico PC Gusmão ergue os braços, comemorando a subida do Ceará para a Série A 2010, após ganhar da Ponte Preta por 2 a 1 em Campinas no u último jogo pela Série B. O Ceará jogou com Lopes; Arlindo Maracanã, Fabrício, Erivélton e Fábio Vidal (Jorge Henrique); Heleno, João Marcos, Michel e Geraldo (Reinaldo); Preto (Wellington Amorim) e Mota.
Favoritos
Pela história há times que quase sempre se inserem no G-4 ou permanecem em órbita próxima dele durante a maior parte do certame. Antevejo numa disputa mais forte Ceará, América/MG, Criciúma, Bahia, Vitória, Atlético Goianiense, Náutico e Bragantino. Se valer a escrita de que time vindo da Série A não passa dois anos na "B", uma vaga já é do Botafogo/RJ.
Dependência
Nenhum time pode ficar à mercê de um ou dois atletas. Quando isso acontece o risco é grande. Caso do Ceará. Se Ricardinho sofre contusão ou padece punição (cartão ou decisão judicial) é um deus nos acuda. A saída de Magno Alves deixou uma incógnita sobre como preencher a lacuna. Ter substituto à altura para os chamados jogadores essenciais é uma obrigação.
Adversário
Tirando-se algumas exceções, a maioria dos jogos de times cearenses em Curitiba tem sido de extremo equilíbrio. E não creio que será diferente hoje. O Ceará entra numa espécie de transição. Com a chegada de reforços, a introdução acontecerá gradualmente até o time ganhar o perfil ideal, adequado às exigências da Série B.
Reforços
Impossível prever que padrão apresentará o Paraná hoje. O técnico Nedo Xavier lá chegou não faz muito. E a equipe recebeu sete reforços: os zagueiros Zé Roberto e Rodrigo, o lateral-esquerdo Elbis, os volantes Eder e Washington, o meia Rafael Costa e o atacante Henrique. Com tanta gente chegando assim, não há como exigir conjunto.
Atacante da vez
William tem agora a oportunidade de afirmação em Porangabuçu. Até o momento ele ainda não brilhou como pode e deveria. Estaria ofuscado pelo brilho de Magno Alves? A luz intensa de Magno teria inibido William? Não creio. De qualquer forma, surge um novo instante para William estabelecer-se de vez e mostrar que não foi em vão sua vinda para o Vozão.
Da Série B para a Série C
Em 1998 o Fluminense disputou a Série B nacional pela primeira vez. Ficou no Grupo D com ABC/RN, CRB/AL, Joinville/SC, Juventus/SP e Paysandu/PA. Tinha no ataque Marco Brito e Magno Alves. O Fluminense caiu para a Série C de 1999. Aí David Fischer, presidente do Flu na época, foi incisivo: "É impossível o Fluminense jogar a terceira divisão pela falta de retorno financeiro e pela desmotivação da torcida". Mas não houve virada de mesa. O Flu disputou, sim, a Série C em 1999.