Tom Barros

Em busca da vantagem

Otimismo. Assim resumo o que penso sobre o Ceará na Fonte Nova, hoje. Sei o que representa o Bahia em casa. Tem bom time com jogadores de qualidade como Pittoni, Souza, Maxi Biancucchi e Kieza, mas, no jogos mais recentes, o tricolor baiano passou por dificuldades para alcançar seus objetivos. Assim diante do Sport/PE, assim diante do Nacional/AM, assim diante do Juazeiro/BA. É um time que assinala muitos gols, bem ao estilo do técnico Sérgio Soares, mas também dá espaços. Daí a razão por que igualmente sofre muitos gols. Se o Ceará repetir o padrão que mostrou no Barradão no empate (2 x 2) com o Vitória, certamente terá boas chances de alcançar a vantagem desejada para o jogo de volta. No Barradão o Ceará foi altivo até quando esteve em desvantagem no placar.

Três

No jogo da classificação para a final da Copa do Nordeste, três jogadores se destacaram. Cito pela ordem: primeiramente Marinho, que vinha sendo criticado por prender demais a bola, mas deu a volta por cima; depois Ricardinho, criativo, combativo, eficiente como sempre; e Luís Carlos que salvou o Ceará, máxime nos momentos decisivos.

Coincidência

No Bahia de 1959, que eliminou o Ceará na prorrogação, após três jogos empatados (0 a 0, 2 a 2 e 1 a 1), havia um atacante chamado Léo, justamente o que marcou o gol da vitória no último minuto da dita prorrogação. Hoje, o Bahia tem também na linha de frente um atacante chamado Léo. Sim, o Léo Gamalho que, pelo Asa, fez o gol que eliminou o Ceará em 2013.

Recordando

O radialista e ex-goleiro Gilvan Dias e o atacante Pacoti, ídolo do Ferroviário na década de 1950. Gilvan Dias foi o goleiro do Ceará que entrou para a história da Fonte Nova em 1959, quando o Bahia ganhou do Ceará na prorrogação, eliminou da Taça Brasil o Vozão e ficou com o título da zona Norte/ Nordeste. Gilvan, depois como técnico, foi campeão cearense pelo América (1966) e vice da Taça Brasil pelo Fortaleza (1968).

Anotações

Departamentos médico e de fisioterapia do Fortaleza lutam para colocar em perfeitas condições Daniel Sobralense, Corrêa, Wanderson e Cássio. Corrida contra o tempo. Essa é uma parte. A outra é o proveito que Marcelo Chamusca certamente tirará com anotações na prancheta, vendo de camarote o desgaste do Ceará hoje.

Notas & notas

Do pesquisador Eugênio Fernandes Fonseca: Bahia e Ceará, desde 1938, enfrentaram-se 56 vezes. O Bahia ganhou 19, o Ceará 16 e houve 21 empates. A propósito de Eugênio, ele está feliz da vida com a chegada do neto Raul Lima Prado, filho da Priscila e do Ivan Prado. Em festa os avós Lúcia Fernandes, Eduardo Prado e Dione Prado.

Inspiração

Que o goleiro do Ceará, Luís Carlos, tenha hoje brilhante participação diante do Bahia. Não sofrer gol será fundamental para o jogo de volta. Seria interessante que Luís Carlos buscasse inspiração no saudoso Gilvan Dias, goleiro alvinegro que, segundo desportistas baianos da época, fez em 1959 a mais bela atuação de um goleiro na história da Fonte Nova.

Goleadas. Fiz uma indagação aos pesquisadores. Queria saber quantas vezes houve golada (diferença de três gols para cima) nas decisões entre Fortaleza e Ceará, desde a primeira até hoje. O pesquisador Eugênio Fonseca socorreu-me com precisa resposta. Houve apenas duas goleadas em decisões de campeonato, quando frente a frente tricolores e alvinegros. Em 1922, Ceará campeão, o alvinegro ganhou por 4 a 1. Em 1924, Fortaleza campeão, o tricolor ganhou por 6 x 3.