Tom Barros

Iguais em tudo

Ressaca para uns, trabalho para outros. Fim de Carnaval. Lembrei agora de uma música de Benedito Lacerda e Aldo Cabral, que o Chico Alves gravou em 1942. Num trecho diz: "Quarta-feira de cinzas, amanhece, na cidade há um silencio que parece, que o próprio mundo se despovoou". Isso na década de 1940. Hoje não é bem assim. A quarta-feira de cinzas tem logo pela manhã quase tudo normal. A tarde tudo aberto. À noite, futebol. E futebol do bom pela Copa do Nordeste. River e Fortaleza iguais em tudo: no número de pontos, no número de vitórias, no número de empates, nos gols a favor e contra, no saldo. Hoje, às 21h20, no Albertão, em Teresina, hora de ver quem passará à frente. Não só pelos números, mas também pela produção. Previsão de jogo muito equilibrado.

Para cima

Nedo Xavier deve estar atento. Contra o Ceará, o River iniciou fulminante. Apertou o Ceará que só depois dos 30 minutos conseguiu começar a jogar. Quero crer que Flávio Araújo repetirá a postura tática que encurralou o alvinegro. Em 10 minutos o River tinha perdido duas chances claras de gol, uma com Warley e outra com Eduardo. Início arrasador do River.

Opções

Ao Fortaleza cabe neutralizar a possível avalanche que o River certamente tentará repetir. Neutralizar a previsível pressão inicial é possível com um Fortaleza também agudo desde o início. Vale lembrar que, diante do Botafogo/PB, antes de fazer 1 a 0, o Leão passou dois sustos: um com Chapinha e outro com Rafael Oliveira. Este, incrível, desperdiçou um "gol feito".

Recordando

Esta foto me foi enviada pelo companheiro Cid Barbosa. É de um clássico entre Ferroviário e Ceará, na época em que o Ferrão, na primeira divisão, ainda fazia frente a Ceará e Fortaleza. No lance, não identifique os jogadores corais. Já o que está caído, de cabeça para baixo, é Erasmo, do Ceará. Foto batida na década de 1990. O patrocínio das duas equipes era do BEC, Banco do Estado do Ceará, que foi privatizado em 2005, adquirido pelo Bradesco.

Estreia

Não considero como estreia de Silas Pereira o comando que ele exerceu na apertada vitória do Ceará sobre Maranguape (4 x 3). Ora, ele não orientou sequer treino um coletivo. Na verdade, houve apenas uma conversa com o elenco antes do jogo. Síntese: Silas tinha uma ideia do material humano disponível. Somente isso.

Para valer

Estreia de Silas, para valer, só amanhã diante do Botafogo/PB. Agora, sim, durante o Carnaval Silas teve tempo para avaliar melhor o elenco, seu potencial, suas alternativas. Portanto, agora com melhor conhecimento de causa ele comandará o alvinegro. Ainda assim precisará de um pouco mais de tempo para ver prosperar sua filosofia.

Sucesso

Dos times considerados médios, o Quixadá foi o que na fase classificatória melhor pontuou (14). O técnico Raimundinho, mesmo com um elenco modesto, montou um time competitivo. Além disso, foi um itinerante, encarando adversários nos mais diferentes campos e estádios. Uma superação que a todos surpreendeu. Só perdeu duas partidas. E as duas para o Icasa.

Especial. Foto da Seleção Cearense, publicada no dia 9/02 é do time que no PV, em 1959, sob o comando do técnico carioca Jorge Vieira, derrotou a Seleção de Pernambuco (3 a 2), gols de Édson (contra), Guilherme e Valter Vieira. Na fase final, o ótimo Zé Mário substituiu William. Mês seguinte, a Seleção de Pernambuco, comandada por Gentil Cardoso, representou o Brasil (3º no Sul-Americano Extra no Equador), com os cearenses Zé de Melo e Geroldo, que não jogaram a partida no PV. (Dados de Airton Fontenele).