Tom Barros

Risco da acomodação

O Fortaleza leva a Juazeiro a dura lição que tomou diante do modesto São Benedito: o preço da inoportuna acomodação. Fez 2 a 0 e imaginou que tudo estava resolvido. Não estava. Sofreu o empate e só obteve a vitória com gol nos acréscimos. Aliás acomodação com cheiro de preguiça e desleixo. É público e notório que o placar com diferença de dois gols não garante ninguém ainda que faltem poucos minutos para terminar o jogo. Lembram-se do que o Botafogo fez com o Ceará na Copa do Brasil do ano passado? A um minuto do fim do jogo precisava de dois gols. E marcou os dois gols. E fez a festa. E eliminou o Ceará. O risco da acomodação está num detalhe: chega de forma imperceptível. Logo se estabelece e só é notada quando a vantagem é perdida.

Recordando

Década de 1960. A partir da esquerda (em pé): Quixadá, Evandro, Gilson, Gilberto, Laudenir e Carlindo. Na mesma ordem (agachados): Zito Ferreira, Mozart Gomes, Marcos do Boi, Adonias e Adeildo. Não tenho notícias de Quixadá, Gilson, Gilberto, Zito e Adeildo. Faz tempo não vejo Marcos do Boi e Adonias. Morreram Evandro e Mozart. Carlindo mora em São Luís/MA. Colaboração de Elcias Ferreira).

Adversário

O empate obtido pelo Icasa (1 x 1) dentro do Domingão em Horizonte vale como sinal de alerta ao Fortaleza. E observem que o time de Vladimir de Jesus só tomou o empate aos 44 do segundo tempo (gol de André Cassaco). Para mim, o Verdão ainda continua sendo uma incógnita. E, certamente por isso mesmo, torna-se mais perigoso ainda.

Afirmação

Esta terceira partida do Fortaleza no Campeonato Cearense ganha importância especial, pois o time terá de apresentar avanços na produção. Contra o Quixadá na estreia (0 x 0) ficou devendo. Diante do São Benedito melhorou, mas, pela acomodação, tomou sério sufoco. Hoje, diante do Icasa a necessidade de progresso e a busca definitiva de afirmação.

Rodízio

No futebol não é tão raro se ouvir falar de rodízio nas posições. Tudo bem. Mas a história há mostrado que dificilmente expediente assim dá certo. A ausência de João Marcos, Ricardinho e Magno Alves em Sobral foi muito sentida. É preciso saber diante de qual adversário e em que circunstâncias é conveniente ou não tal rodízio.

Avaliação

Quando um time como o Ceará resolve poupar atletas, não pode perder de vista o potencial e o momento do adversário. Teoricamente se admite diante do Guarani/J, amanhã, no PV, a preservação de alguns atletas essenciais para jornadas mais difíceis. Em Sobral, porém, já se sabia que o Guarany seria complicado como foi.

Sem queimação

No jogo diante do São Benedito aconteceu um cruzamento perfeito, da esquerda. Aí o atacante Uilliam, do Fortaleza, na cara do gol, livre para marcar, errou. Era só tocar e sair para a comemoração. Mas ele mandou a bola para fora. Não quero crer que por isso vão queimar o jovem valor. Uilliam, de apenas 19 anos, tem boas qualidades. Calma, gente.

Erro

Na questão do rodízio, pesa demais o grau de percepção e avaliação da comissão técnica. Se menosprezar o adversário, poderá sofrer sério revés. Às vezes, se a traiçoeira soberba prevalecer no comando técnico de uma grande equipe, tal postura conduzirá a análises equivocadas e perigosas. Cabe ao Ceará o devido cuidado e humildade na verificação dos fatos e no acompanhamento dos concorrentes. Isso reduzirá sobremaneira a possibilidade de novos enganos.