Lucas Crispim: o melhor jogador do futebol cearense

O Homem do escanteio. O homem do passe perfeito ou mais que perfeito

É muito difícil, entre centenas de atletas, escolher um como sendo o melhor do futebol cearense no momento. Mas é possível, sim. O campeonato de longa duração, o chamado légua-tirana, comporta vários jogadores em destaque no transcorrer da competição. A rigor, nenhum jogador consegue manter o mesmo ritmo durante toda a jornada. Há as oscilações naturais. No ano passado, o melhor foi Vina. Excedeu. Mas, já na reta final do certame, arrefeceu. Hoje, no presente instante, vejo Lucas Crispim com produção acima da média.

O técnico Juan Pablo Vojvida, ao deslocá-lo para a ala esquerda, certamente não sabia que ali Crispim se encaixaria tão bem. Uma luva no modelo adotado pelo argentino. Crispim encontrou-se. Descobriu-se. Revelou-se. E ampliou seus espaços na medida em que foi se soltando, bem à vontade. Passou a ser o homem da falta. O Homem do escanteio. O homem do passe perfeito ou mais que perfeito. É muito bom quando o atleta se enquadra na formulação do treinador. E tudo passa a dar certo. O melhor já foi Felipe Alves. O melhor já foi Luís Otávio. O melhor já foi Vina. São fases distintas que vão acontecendo e variando. Hoje, o melhor é Lucas Crispim. Na minha opinião. 

Público nos estádios 

A Europa, há muito, promoveu o retorno seguro e gradual das torcidas aos estádios de futebol. Temos visto jogos com estádios lotados. Aqui, a liberação terá de obedecer a rígidos protocolos de controle. De forma bem gradual mesmo. É um passo que requer extrema responsabilidade. Controle maior na entrada e na saída. 

Background 

Será ótimo ter de volta os sons que as torcidas produzem ao ritmo das emoções. Tentaram criar um som ambiente artificial, mas este não correspondeu. Era falso. Costumo comparar o som ambiente dos estádios às trilhas sonoras dos filmes. Sem o som das torcidas parece um filme mudo. Fica faltando alguma coisa. Graças a Deus vamos ter de volta mais esse componente que produz emoção. 

Comparação 

Já indaguei em outros comentários como seria o filme Os Girassóis da Rússia sem a trilha “sunflower”, de Henry Mancini. Como seria “...E o Vento Levou” sem a trilha “Tara’s Theme”, de Max Steiner. Como seria Melodia Imortal sem a música de Chopin (Op 9 Noturno nº 2). E como seria “Verão de 42” sem a música de Michel Legrand. Seriam estádios vazios, sem emoções. 

Proporcional ainda 

Será um passo à frente conduzir o torcedor de volta aos estádios. Mesmo numa proporção menor, ainda assim o Castelão ganhará vida. O pulsar da torcida reflete o pulsar dos corações. Os semblantes de alegria e de tristeza, de decepção e de euforia, enfim, as manifestações que dão ao espetáculo os reflexos dos sentimentos humanos na sua verdadeira dimensão.