Há um consenso geral de que o título de campeão cearense de 2024 terminará nas mãos do Fortaleza ou do Ceará. E os sinais apontam que realmente são grandes as possibilidades de o título ir mesmo para o Pici ou para Porangabussu. Após o empate (1 x 1) acontecido no clássico tricolor, restou evidente a renovação de esperanças na Barra do Ceará. Apesar da frustração coral por ter cedido o empate já nos acréscimos, restou a certeza de que o time soube equilibrar diante do poderoso Fortaleza. Assim, não será utopia sonhar com o título estadual da atual temporada.
A rigor, antes do começo do certame, o Ferroviário era apontado como uma equipe capaz de surpreender. Entretanto, a derrota (1 x 3) sofrida diante do Floresta logo na estreia mudou a opinião geral sobre o potencial do Ferrão. Embora tenha se recuperado depois, com vitórias sobre o Atlético (1 x 2) e sobre o Caucaia (1 x 2), não tinha ainda passado ao torcedor a confiança em algo mais consistente. Mas, agora, passou sim. A exigência coral certamente levará o próprio técnico do Fortaleza, Juan Pablo Vojvoda, a reavaliar suas decisões sobre que formação usar nos próximos desafios. Afinal, há um hexa em jogo.
Ferrão
O último campeão cearense, antes da supremacia de Fortaleza e Ceará nos últimos 26 anos, foi exatamente o Ferroviário, quando do bicampeonato estadual de 1994 e 1995. Depois disso, o Ferroviário foi vice-campeão cearense em quatro oportunidades: em 1996, 1998, 2003 e 2017. O Ferrão tem história.
Ajustes
No programa Bom Dia Nordeste, o comentarista Wilton Bezerra disse que, até agora, não gostou de nenhum jogo. De certo modo, ele tem razão. Mas faço uma ressalva: as equipes estão sendo ajustadas no transcorrer do certame. Não houve pré-temporada. A pré-temporada é o próprio certame estadual, que está sendo o laboratório geral.
Impossível
Observe que, neste 2024, ainda não houve um jogo de futebol capaz de empolgar ou agradar os torcedores mais exigentes. Houve clássicos como São Paulo x Palmeiras e Flamengo x Vasco da Gama, todos num patamar de produção muito abaixo do esperado. Não há como querer time perfeito nesta fase embrionária dos certames.
Estâncias
Há alguns anos, tive a oportunidade de acompanhar pré-temporadas bem elaboradas. Os times eram levados para estâncias climáticas. Depois, era estabelecida uma programação de amistosos criteriosamente marcados: em primeiro lugar, os adversários mais fáceis. Depois, os adversários mais difíceis. Assim, o processo de assimilação acontecia normalmente.
Direto
Hoje, o atleta volta das férias e já é atirado às disputas. Não acho isso correto. Podem me chamar de saudosista. Sou. Entendo que era mais humano o modelo de preparação com pré-temporada completa, de 30 a 40 dias. Aí, sim, quando o certame oficial começava, as equipes já estavam prontas para a disputa. Hoje, a preparação é dentro da competição. Está errado.