Parabéns pra você, nesta data querida. Muitas felicidades. Muitos anos de vida. Chegou a hora de apagar a velinha... Quem, entre familiares e amigos, não gosta de festejar seu aniversário? A maioria gosta. Os que não gostam, creio, formam uma exceção. A vida de jogador de futebol é patrulhada pelas torcidas. Nesta parte, é preciso cuidado para não haver intromissão.
Ora, se o atleta cumpre todas as suas obrigações para com o clube, inclusive com rendimento à altura do esperado, não há como o impedir de, nos dias ou momentos de folga, promover os eventos que considerar importantes para confraternização com familiares e amigos. O jogador não é escravo do clube: é funcionário. O jogador tem o direito de gozar a vida, desfrutar dos momentos bons, máxime quando de datas significativas para sua família. É um direito do atleta como ser humano.
E o clube não tem nada a ver com isso. São vidas separadas: a vida privada e a vida profissional. Agora, se a vida privada for de desregramentos, aí pode o clube tomar decisões, caso esteja sendo prejudicado pelo desempenho negativo do atleta. Fora isso, o jogador não tem que dar satisfações a quem quer que seja. A vida é dele. E pronto.
Compreensão
Muita gente quer que o atleta entre em retiro domiciliar, se o clube não estiver bem na competição ou tenha acabado de perder uma partida. Ora, o jogador pode estar triste por uma derrota, mas não é obrigado a transferir a frustração para sua família, principalmente se houver um encontro festivo antecipadamente programado. É até bom que saia para descontrair.
Diferente
A meu juízo, só cabe protesto da torcida e reação do clube se o jogador for para bebedeiras e farras, indiferente a uma derrota acontecida. Em outras palavras: casos em que o atleta não demonstre nenhum sentimento de respeito à frustração do clube e dos torcedores, após perdas de títulos ou de insucessos significativos.
Moderação
É importante, pois, que cada episódio seja analisado com moderação. A vida particular do atleta e de sua família não pode ficar à mercê das interpretações de dirigentes radicais ou de torcedores fanáticos. Se o atleta cumpre seus compromissos com o clube e cumpre a legislação trabalhista, ninguém tem o direito de interferir na sua vida privada.
Contraste
Após derrotas, torcedores vão desabafar nos bares e restaurantes. Aí, bebem. Aí desopilam. Aí extravasam. Já o jogador não pode sequer promover sua festa de aniversário, caso seu clube tenha perdido o jogo ou sofrido uma eliminação. Se fizer a festa e cair nas redes sociais, pode sofrer retaliações. O torcedor pode ir pelos bares. Já o jogador tem que ficar em clima de funeral. Visível contraste.