A Copa do dinheiro farto

Confira a Coluna desta quarta-feira (13)

Hoje, mais um clássico-rei. É a Copa do Brasil. Quem passar para as quartas de final receberá uma bolada boa: 3,9 milhões. Os cofres, em tempo de crise, agradecerão. O Fortaleza está mais perto. A vitória por dois gols de diferença no primeiro jogo deixou o Leão numa situação confortável. O Ceará terá de ralar muito para tirar a diferença. De qualquer maneira, a imprevisibilidade é a marca dos grandes clássicos, onde tudo pode acontecer.

Este clássico-rei pega os dois clubes em baixa no Campeonato Brasileiro. Um contraste inexplicável. O Fortaleza é o lanterna da Série A. O Ceará também está na zona dos piores. Se tomássemos por base a pífia campanha de ambos na Série A, certamente diríamos que nada se poderia esperar de dois times assim. Acontece que o clássico tem sua própria história, desvinculada de tudo o que aconteceu antes ou do que possa acontecer depois. Valem os noventa minutos e acréscimos. É aí onde os dois adversários terão de resolver suas vidas, pouco importando os fatores relativos a outras competições. A rigor, os olhares dos dirigentes estão voltados para a grana alta. O negócio é embolsar quase quatro milhões. E o resto, como dizia o Justo Veríssimo, que se exploda... 

 

Atrativos 

 

A Copa do Brasil passou a ter importância maior, na medida em que suas cotas subiram aos patamares elevados. Essa competição ganhou espaços exatamente porque, em tempo de crise financeira, paga muito bem aos contendores, máxime aos que vão avançando de etapa para etapa. O dinheiro é o que interessa. 

 

Esdrúxula 

 

A Copa do Brasil tem o mais ridículo regulamento das competições nacionais. Pelo número de clubes já se vê seu objetivo eleitoreiro. São mais de 90 clubes. Os critérios para ganhar vaga são os mais variados possíveis. No fim, a salada é feita com times para todos os gostos. Tem time que joga apenas uma partida. Ridículo. 

 

Desvinculação 

 

Muita gente entende que a Copa do Brasil é uma herança da antiga Taça Brasil. Não é. A Taça Brasil era uma competição enxuta, envolvendo os campeões estaduais. O regulamento era simples. Jogos de ida e volta. Em caso de empate de pontos após os dois jogos, uma terceira partida para desempatar. E pronto. Regionalizada. Nada a ver com o confuso regulamento da Copa do Brasil.  

 

Conclusão

 

De qualquer forma, goste-se ou não da forma de disputa, está aí a Copa do Brasil, com seus penduricalhos e dinheiro farto. Fortaleza e Ceará vão a campo mais uma vez. Luta por quase quatro milhões de reais. A força da Copa do Brasil está exatamente nas cotas altas. Mas a competição é ridícula porque dificulta a vida de uns e privilegia a vida de outros. Abominável.