O Fortaleza está preparado para duas comemorações importantes: o tetra no estadual e o bicampeonato da Copa do Nordeste (novo formato). Não vejo nos adversários do Leão potencial para em quatro jogos (dois cada) derrubar as pretensões tricolores. Sei que no futebol, por mais paradoxal que pareça, até o impossível se torna possível. Não há selo de garantia, ainda que um time tenha significativa superioridade técnica. O respeito pelos adversários existe. Mas, nas atuais condições, há notória disparidade entre Fortaleza e Caucaia. O Leão está com todas as vantagens. O Caucaia, sem programação oficial, isolado, tende a enferrujar. Já com relação ao Sport, há que se ter mais cuidado. O Fortaleza também é melhor. Mas é um clássico regional. O Sport tem história, tradição. O Sport é tricampeão do Nordeste (novo modelo). O Fortaleza busca o bicampeonato. De qualquer maneira, o Fortaleza é, sim, o favorito nesta caminhada em busca dos dois primeiros títulos do ano. Qualquer outro resultado estará fora da lógica. Se bem que, no futebol, não raro a lógica é contrariada, desmoralizada e desfeita. Isso, para mim, é acidente de percurso; para outros, zebra.
Agora é com ele
Quando aqui esteve comandando o Fortaleza, em 2004, Dorival Júnior era um treinador em início de carreira. O tricolor era o seu terceiro clube. Antes, treinara apenas Ferroviário e Figueirense. Depois, ganhou credibilidade, já por seu sério e competente trabalho. Assim chegou aos grandes clubes brasileiros como Atlético-MG, Flamengo, Internacional, Vasco, Palmeiras, Fluminense e Santos.
Cordial
Tive poucos contatos pessoais com Dorival. Mas, nas poucas vezes em que o entrevistei, ele sempre foi muito cordial. Na época, percebi seus bons conhecimentos de futebol e sua vontade de vencer. Venceu. Cresceu na profissão. Tornou-se respeitado pela seriedade de seu trabalho. Tem amplas condições de dar certo em Porangabuçu.
Dorival x Neymar
Em 2010, no Santos, houve sério desentendimento entre Dorival e Neymar, fato que determinou a demissão do treinador. Anos depois, Dorival teve a humildade de reconhecer que errou na forma com que abordou o atleta após o jogo. Se Neymar errou em campo, revoltado porque Dorival não o deixou bater um pênalti, Dorival extrapolou quando no vestiário encarou o jogador.
Novo momento
Dorival tem agora a oportunidade de alcançar metas importantíssimas no comando do Ceará. Ele encontra o futebol cearense numa situação bem diferente da existente na época em que aqui esteve. O futebol cearense hoje trabalha em alto nível. Se Dorival ganhou notoriedade, o Ceará também conquistou espaços na elite nacional. Esse somatório será de grande proveito.