Carta de despedida para você

Uma retrospectiva de 2021

Querido 2021,

Quando você chegou eu estava tão animada, tão cheia de sonhos e planos para uma capricorniana super pé no chão. Sinceramente, não me reconheci!

Abri a porta dos seu ano e entrei com o pé direito, de verde (a cor da esperança), na cidade maravilhosa.

Recebi um presente imenso, com um grande laço. Dentro dele, tinham várias caixinhas contendo, cada uma, uma experiência. Uau!

Meus olhos brilharam! Adoro ganhar presentes e parecia ser algo bem especial pela “cara” da embalagem.

Hoje, já no final dos seus dias, pergunto-me: como pude estar tão envolvida que não acionei o sinal amarelo, uma característica do meu padrão capricorniano?

Logo no comecinho de janeiro, havia previsto uma reunião com a família para comemorar meu aniversário e, na semana seguinte, os 15 anos dos gêmeos. Tudo cancelado. Meu marido foi o único contaminado com a COVID.

Ok, vamos em frente. Fazemos anos, todos os anos. Sem abalos e nem comprometimentos, seguimos 2021 com saúde, que é o mais importante da vida.

Depois, desembalando mais um presente, deparei-me com situações desconfortantes, inacreditáveis e sérias, onde só havia visto relatos em teses do meu ramo de atuação.

Atuar em algumas histórias, fez-me vivenciar situações que me deparo como militante da área jurídica.

Respirar, pensar, munir-me de provas, trabalhar, ser gentil e enfrentar o desafio, serviram-me para o desmonte de estratégias de pequenez.

Vida que segue! O final de um processo é saber quem é quem, onde pisa e com quem chama para o “play”.

A minha verdade foi a minha melhor fortaleza, porque o vitimismo nunca fez parte de mim.

Não culpo você por ter colocado um presente tão lindo na minha frente e ter ativado, somente, a minha consciência infantil achando que, ali, tinha um presente sem encaixes.

Nos times dos adultos, esses presentes com jogos custam caro, porque para poder ter a competência para entender as regras da "brincadeira" é tanto perrengue que quando descobre o caminho certinho, você está é morta de cansada. 

Outro passo tem que ser dado. Quem está de fora percebe a glória!

Agora, 2021, abro a minha última caixinha após experimentar alguns momentos. Gostaria de te agradecer pela oportunidade de você ter me dado as “boas-vindas ao novo mundo” repleto de um tribunal implacável para tudo. 

Nessa retrospectiva, percebi-me fortalecida para suas mensagens. Fiz opções e sabia que era a dona das minhas consequências. Se era para ajustar, ajustei. Se era para ser, fui. Se não era, não fui, mas pode ser que seja, porque coragem é algo que não me falta!

Uma coisa boa que você deixou em mim foi aguçar meus sentidos! Tudo parecia ter sentido. Como percebi-me aflorada, tanto para o outros, como para a profissão, como para mim. Cara, 2021, foi incrível!  Você foi um grande professor.

Senti sua proteção do mundo com esse poder de tornar-me mais perceptiva. Foste generoso quando me fez abrir os olhos para muitas coisas, entender mensagem subliminares, notar que, mesmo diante de vaidades exacerbadas e mascaradas, pude contornar com firmeza.

Muito obrigada. Lá vou eu para 2022 grata a você e com um andar construído em mim.  

Tchau, 2021! Vou ser de corpo e alma, seguir em frente para que em 2022 com a finalidade de que possa estar, onde estiver, por inteira, com todos os cuidados para ter saúde, com coragem para desvirar tudo de novo e abraçar um monte de gente levando minhas melhores energias do bem, do jeito que gosto.

Como dizia Carlos Drummond de Andrade: “ser é uma ciência delicada feita de pequenas observações do cotidiano, dentro e fora da gente. Se não executarmos essas observações, não chegamos a ser: apenas estamos, e desaparecemos.”

Portanto, gente, independentemente de ser um novo ano, perceba o seu cotidiano e veja você, de dentro pra fora!

Dominguemos, Amém!