A disputa eleitoral pela sucessão ao Governo do Estado começou com tensões e pontos de vistas bastante distintos no campo externo.
Sobre as políticas públicas e ações para avanços e desenvolvimento da economia, no entanto, os três primeiros candidatos apontados pelas pesquisas – Capitão Wagner (União Brasil), Elmano de Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PDT) – possuem planos de governo com diversos pontos em comum.
Boa parte dos projetos e ações exploradas pelos candidatos encontra semelhanças, também, com a atual gestão estadual, como os planos para desenvolvimento de um polo de hidrogênio verde, impulsão da economia do mar e outros.
Os pontos em comum entre os principais postulantes ao cargo de governador ainda incluem aumentar os investimentos em ciência e tecnologia, incentivar o setor agropecuário, com apoio à agricultura familiar, e fortalecer parcerias com instituições de classe com foco em projetos profissionalizantes.
O incentivo aos setores relacionados ao turismo, com definições de suporte às rotas já existentes também está presente em todos os projetos.
Contudo, apesar das semelhanças, também há pontos de diferenciação, como sugestões à redução de carga tributária estadual, expansão da política de microcrédito, e a criação de uma agência financeira de fomento no Estado.
Veja alguns destaques de cada projeto
Capitão Wagner
Redução de carga tributária: Um dos pontos defendidos é que o setor de energias alternativas tenha uma redução de impostos. A medida visa apoiar a implantação de novos projetos no setor e reduzir os custos para o consumidor final.
Reformulação do sistema educacional: No plano, o candidato afirma que serão criadas novas escolas e que os cursos atuais serão reformulados à nova conjuntura econômica.
Novos hotéis e resorts: Plano de governo fala de projeto junto ao setor privado para instalação de novos equipamentos turísticos (hotéis, resorts e parques aquáticos) ao longo de corredores costeiros
Incentivos fiscais: políticas de incentivos existentes deverão ser reavaliadas e ajustadas, tendo a eliminação de "influências de naturezas política e pessoal" como foco.
Interiorização da indústria: plano tem projeto de democratização dos recursos do Fundo de Desenvolvimento Industrial (FDI) para estruturar polos industriais regionais, criando arranjos produtivos sob "forma de condomínios".
Resumo: O plano do Capitão Wagner traz pontos próximos à gestão passada, mas busca a diferenciação por mudanças pontuais em projetos em que julga haver necessidade de melhorias e ainda é o único a trazer uma redução de carga tributária, mesmo focada apenas no setor de energias renováveis.
Elmano de Freitas
Serviços de TI: plano prevê incentivar oferta de serviços de tecnologia da informação nos próximos anos, como call centers, segurança, eventos e produção de aplicativos. Projeto contaria com suporte do Cinturão Digital e dos Cabos Ópticos conectados na capital cearense.
Criação de agência: candidato prevê a criação de uma agência financeira de fomento para viabilizar a captação de recursos e a oferta de microcrédito produtivo para microempreendedores formais e informais
Qualificação profissional: projeto indica o aprofundamento das políticas voltadas à qualificação profissional em parceria com as instituições de ensino do Sistema S (Senac, Senai, Senar, Senat, e Sebrae).
Empresas âncoras: plano conta com intenção de potencializar a atração de empresas âncoras em setores "prioritários" em comércio, serviços e inovação (lista inclui data centers, e-commerce, market place, centros de distribuição, energias renováveis e outros.
Ceará Filmes: projeto visa fortalecer o Programa como foco de potencialização da economia criativa no Estado.
Resumo: o plano econômico de Elmano de Freitas tem relações diretas com ex-governador Camilo Santana, estando focado no aperfeiçoamento das políticas públicas aplicadas nos últimos 8 anos. O candidato, contudo, já indica a criação de programas próprios, detalhando de forma prática de alguns deles.
Roberto Cláudio
Compras governamentais: projeto prevê o estímulo à produção local a partir das compras governamentais, focando em pequenas e médias empresas.
Economia de baixo carbono: plano indica intenção de inserir o Estado como protagonista em setores baseados em sustentabilidade social, econômica e ambiental, visando a transição para a economia de baixo carbono.
Microcrédito: projeto visa expandir políticas estaduais de microcrédito para geração de novos negócios.
Indústria de eventos: plano menciona conceito de estabelecer uma "indústria de eventos" no Ceará, com realização de feiras, eventos de entretenimento ou negócios.
Infraestrutura como motor: evolução dos investimentos em infraestrutura deve servir como base indutora para o desenvolvimento econômico do Estado.
Resumo: o plano de governo de Roberto Cláudio, talvez o mais conciso dos três, no plano econômico, traz muitas semelhanças aos projetos da atual gestão do Executivo estadual, liderado, hoje, por Izolda Cela. As ideias do projeto parecem focar em sistemas que vinham dando resultado, atualizando alguns pontos específicos.