Depois de voltar ao patamar de US$ 31 mil, o Bitcoin começou a semana com uma forte queda, de mais 11,9% (registrada às 14h27 desta segunda-feira, 13).
Com a desvalorização, a criptomoeda passou a ser negociada por US$ 23,39 mil, com os analistas relacionando o cenário de altos juros no mundo e possíveis elevações nos Estados Unidos como fator principal para a flutuação.
Além do Bitcoin, outras moedas digitais como Ethereum e Dogecoin, também tiveram quedas consideráveis, superando o patamar dos 14% no início da tarde da segunda-feira.
Para Raul Santos, sócio fundador da Aveiro Consultoria e vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef Ceará), a movimentação mais recente tem muita relação com as previsões de alta de juros nos Estados Unidos.
A decisão do FED (banco central do país), se confirmada, deverá elevar a atratividade dos títulos nos Estados Unidos e fazer com que investidores busquem posições fora dos ativos de maior risco.
"A queda do Bitcoin tem muito a ver com o ambiente todo, temos um ambiente de alta de juros principalmente nos Estados Unidos, por ter uma moeda forte como o dólar. As pessoas acabam revendo as posições em ativos de alto risco, como o bitcoin, tentando realizar ganhos e isso gera desvalorização", disse Raul.
"Mas taxas de juros altas no mundo todo, normalmente, não é bom para o Bitcoin", completou.
A perspectiva é corroborada pelo economista Davi Azim, que também destacou o caráter volátil das criptomoedas.
"O mercado de criptomoedas é muito volátil, qualquer situação que haja mudança em relação aos caminhos do dinheiro, há valorização ou queda muito rápido. Como temos uma tendência de alta dos juros nos Estados Unidos, realmente, a gente acha que haverá uma maior atração de títulos por lá e pode ter relação com a baixa das criptos, que são um investimento de maior risco", disse.
Recuperação de investimentos
Já sobre o potencial de recuperação da cotação, Raul Santos defendeu que o Bitcoin ainda deverá passar por um período de estabilização antes de voltar a recuperar a força de forma gradual. Contudo, os investidores precisam estar atentos a alguns cenários importantes da conjuntura mundial.
Caso, o conflito entre Ucrânia e Rússia se estenda, há chances da cotação do Bitcoin voltar a subir por conta da instabilidade no mercado tradicional, por exemplo. Além disso, crises no mercado dos Estados Unidos e o enfraquecimento do dólar também podem dar novos fôlegos ao Bitcoin.
"A tendência é que o Bitcoin recupere devagarinho. Ele caiu, mas deve estabilizar, e então deve subir de novo, e o que pode colaborar para esse movimento de alta é um cenário de incertezas relacionado à ampliação do conflito entre Ucrânia e Rússia, ou uma instabilidade nos Estados Unidos, que é o guardião de um grande lastro mundial por conta do dólar", analisou Santos.