Descamação, coceira e vermelhidão. Quem sofre com caspa conhece bem esse cenário. Além do incômodo pelos sintomas da dermatite seborreica, o caso exacerbado pode afetar a qualidade de vida e ainda a auto estima da pessoa, já que, dependendo da quantidade, o ‘pó branco’ pode se tornar até facilmente visível.
Existem no mercado diversas opções de produtos pro tratamento dessa condição crônica, dentre eles: shampoos, medicamentos tópicos e orais, tônicos naturais. Mas a doença é multifatorial e são necessários alguns cuidados pra conseguir uma melhora do quadro.
A dermatologista e tricologista Andréia Mendes explica que existem alguns fatores que são genéticos que afetam o surgimento da condição e outros externos, como alimentação, estresse, prática de atividade física, fatores climáticos, higiene adequada, alterações hormonais, alergias e outros.
Por isso, se você apresentar dermatite, é ideal acompanhar os sintomas e analisar o que pode piorar o quadro, já que, conforme a médica, a doença, por ser crônica, vai ter período de exacerbação e de remissão.
O que é a caspa?
A especialista em tricologia e química Lívia Ribeiro diz que a caspa é uma dermatite que acomete o couro cabeludo e outras regiões, causando coceira e, em alguns casos, dor.
“Surge de uma irritação de causa desconhecida, fazendo com que as células do couro cabeludo se multipliquem de forma excessiva e gere uma descamação”.
E não é só no couro cabeludo que a condição pode aparecer. Segundo Andréia, a caspa pode afetar outras áreas do corpo, como o supercílio, os cílios, o conduto auditivo externo, a região atrás da orelha, o tronco, etc.
Eu, por exemplo, sofro com a dermatite há algum tempo e, às vezes, ela teima em aparecer na região do rosto próxima às orelhas. Em períodos de crise, a descamação é intensa e, no começo, eu achava que era apenas a pele ressecada.
E como prevenir?
Embora seja uma condição sem cura, é super possível controlar novas crises com alguns cuidados básicos. Lívia orienta que, após lavar o cabelo, deve-se evite abafar a região com o uso de bonés, capacetes e chapéus constantemente.
“O uso desses acessórios impede que o ar possa ajudar a secar seus cabelos, criando um espaço úmido e escuro - ótimo para proliferação de fungos”, pontua.
Além disso, é importante evitar o uso de água muito quente e lavar bem os cabelos e, no mínimo, duas vezes por semana. “A limpeza correta vai retirar todos os resquícios de sujeira, poluição e produtos cosméticos. Retirá-los impedirá o acúmulo excessivo que pode servir de matéria orgânica para a proliferação de fungos”, explica a especialista.
Andréia acrescenta a importância de gerenciar o estresse também, já que os fatores emocionais também são causa para a caspa, pra isso, deve-se fazer uma higiene do sono, atividade física, alimentação adequada.
“Quando somos um embrião, é como se fosse um bolo de rolo, temos 3 folhetos, o de dentro, o do meio e o de fora. O mais externo se chama ectoderma, vai formar a pele e seus anexos (cabelo, unha glândulas sudoríparas e sebáceas) e o sistema nervoso central. Isso explica porque a pele e o SNC são intimamente conectados”.
Saiba como fazer a higienização correta do cabelo:
- Quando notar a presença de caspas no seu couro cabeludo, tente observar se elas estão concentradas numa única área ou em todo o couro cabeludo.
- Depois disso você pode lavar o cabelo com um shampoo próprio para caspas com o auxílio de uma escovinha capilar ou com os próprios dedos. Na área acometida pela caspa, faça bastante movimentos circulares para que a limpeza seja profunda.
- Se depois da primeira lavagem o problema persistir, procure o auxílio de um dermatologista ou terapeuta capilar, eles poderão informar se a sua caspa é causa apenas pela lavagem inadequada ou por algum outro problema que precise de intervenção de um profissional.
Não tem cura, mas tem tratamento
O tratamento, conforme a dermatologista, é amplo e depende do caso do paciente, podendo ser usado shampoos anticaspa, medicamentos ou produtos naturais. Ativos como cetoconazol e piritionato de zinco são alguns que auxiliam na melhora do quadro.
Outra sugestão da médica são os óleos essenciais, especialmente o de alecrim e o de melaleuca, que ajudam bastante. “É ótimo acrescentar esses ativos nos produtos manipulados, por exemplo”. Como opção natural também tem o consumo oral de probióticos, micro-organismos vivos que melhoram o equilíbrio da microbiota intestinal
Casos mais graves são tratados com corticoide e, em último caso, associar à fototerapia. “Temos compostos de fotobiomodulação, a luz, que ajudam a acamar a pele. Uma das características que é a pele tá avermelhada, esse eritema conseguimos resolver com a fototerapia”.
A troca das fronhas e lençóis da cama também é essencial no tratamento. A orientação da médica é que, quem não tem cabelo muito oleoso, a troca tem que ser feita semanalmente, já nos casos de óleo excessivo ou uso de produtos de uso noturno nos fios, o período deve ser de 3 a 4 dias.