Preparando para ir à Turquia? Como retardar e tratar a calvície precoce

Alopecia atinge cada vez mais homens e mulheres de 20 a 25 anos por diversas causas, como hormônio e genética

A preocupação com a calvície já bateu por aí? Cada vez mais atingindo homens na faixa etária dos 20 a 25 anos, a alopecia é uma condição que tem aumentado a busca por tratamentos capilares nos últimos anos. Mas calma, antes de pensar em juntar dinheiro pra ir à Turquia, país conhecido por oferta e baixo custo em implante capilar, saiba que é possível ter alguns cuidados para retardar o processo da queda.  

Embora a perda de cabelo seja mais comum em homens após os 35 anos, é possível ver casos de mais jovens com calvície e também em mulheres. Nesse caso, o quadro é conhecido como calvície precoce e tem relação direta com a genética.  

Os primeiros sinais da alopecia são o afinamento dos cabelos, que ficam mais ralos e menores, e as falhas nas entradas, principalmente, deixando o couro cabeludo mais visível.  

O que causa a calvície precoce?  

O farmacêutico e especialista em Farmácia Estética, Adailson Silva, explica que essas pessoas apresentam uma sensibilidade ao hormônio di-hidrotestosterona (DHT), que ataca os folículos capilares.  

“Essas são as estruturas que geram e dão sustentação ao fio. Geralmente, o hormônio ataca os folículos nas entradas e na parte superior da cabeça”.  
Adailson Silva
farmacêutico

É por isso que esse tipo de calvície leva o nome de alopecia androgenética, ou seja, tem relação com os hormônios sexuais masculinos.  

Mudanças no estilo de vida  

Nesse caso específico, pouquíssimos outros fatores podem desencadear a queda, segundo Adailson, mas é possível ter uma evolução mais lenta do quadro com cuidados no estilo de vida.  

“É fundamental se hidratar bastante, pois a água é muito importante nesse processo. Dormir bem, pelo menos seis horas por noite, ter uma boa alimentação, uma higienização capilar adequada. São mudanças no estilo de vida que podem contribuir, já que a calvície não tem cura”.  

Essa mudança também é importante, pois o estresse pode contribuir para o aumento da queda capilar, assim como dietas radicais, descontrole hormonal e químicas capilares ou aplicação de calor excessivo e frequente. 

Tipos de queda  

A calvície, contudo, é um dos tipos de queda capilar, os mais comuns e conhecidos são o eflúvio telógeno e a alopecia areata.  

O primeiro tipo é mais comum em mulheres e provoca uma queda intensa, que pode ser provocada por infecções como Covid-19, dengue, Chikungunya. Alguns medicamentos, químicos, estresse e uma má alimentação também contribuem pra esse quadro. Normalmente, é possível tratar e recuperar.  

Já a alopecia areata, é caracteriza pela queda em formatos circulares na cabeça e no corpo, geralmente, está relacionada a doenças autoimunes, além de diabetes tipo 1 e problemas na tireoide. O cabelo pode crescer novamente na região, já que os folículos não são afetados. A atriz Jada Pinkett Smith e o ex-BBB Lucas Penteado, por exemplo, são personalidades que sofrem com a condição. 

Como tratar a calvície?  

E vamos ao que interessa: como tratar a calvície. Com o avanço da ciência, há uma diversidade de tratamentos que vão desde medicamentos a fórmulas injetáveis. Drogas como a finasterida, dutasterida e espironolactona atuam como um inibidor 5α-redutase, a enzima que converte a testosterona em di-hidrotestosterona. 

Porém, o especialista alerta que esses ativos podem causar efeito colateral, principalmente nos homens, como ginecomastia (aumento das mamas), disfunção sexual, infertilidade masculina e diminuição da libido, por isso devem ser utilizados sempre com acompanhamento profissional e mediante prescrição.  

Além disso, por alterar níveis hormonais, não deve ser usado por mulheres grávidas pois pode causar má formação do feto.  

Outra opção é Saw palmetto, um tipo de planta medicinal que tem propriedades anti-inflamatórias, diuréticas e antiandrogênicas, atuando assim no equilíbrio hormonal e melhorando a queda capilar. O ativo pode ser consumido em chás, cápsulas ou loções.  

Para quem quer ampliar a abordagem de tratamento, as terapias com laser, led ou luzes infravermelhas são opções não invasivas que melhoram a inflamação do couro cabeludo. “Temos também as opções mais invasivas, que são aplicadas diretamente no couro cabeludo com injetáveis”.  

Bastante conhecido, o minoxidil é usado em vários casos e pode melhorar alguns quadros, mas não atua na causa. “Suplementação com polivitamínico também ajuda, são questões paliativas. O tratamento mais eficaz pra calvície realmente é o transplante”, finaliza Adailson. 

O transplante capilar é um procedimento cirúrgico em que se extraem os cabelos e seus folículos de uma área com boa densidade capilar (área doadora) e implantados numa área de menor densidade (área receptora), conforme a Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. É realizado por médicos dermatologistas ou cirurgiões plásticos com experiência na área.