Com industrialização, Itaitinga se torna promessa para o mercado imobiliário

A projeção do Sinduscon é que o ano de 2024 encerre com R$ 7 bilhões em vendas na Capital cearense e na região metropolitana, sendo R$ 5 bilhões só em Fortaleza

A industrialização pela qual vem passando a cidade de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), na última década, vem aflorando o desenvolvimento imobiliário na região.

Apesar de ainda não ter entrado no radar da pesquisa de mercado realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon-CE), o presidente da entidade, Patriolino Dias, considera o município promissor.

"É um município que está crescendo bastante, porém ainda não há construtoras lançando grandes empreendimentos, de um porte maior. O que temos é muitos pequenos condomínios e casas", diz Patriolino Dias.

Na avaliação dele, o desenvolvimento imobiliário da região deve se dar em um médio prazo, apesar de "muitos lançamentos" estarem acontecendo "de imediato".

Patriolino relaciona o avanço no número de empreendimentos industriais com o desenvolvimento do mercado imobiliário residencial lembrando que "as pessoas gostam que morar perto do trabalho". "Ninguém quer enfrentar uma hora de transporte para chegar ao trabalho, então se as pessoas trabalham por ali, elas vão querer morar lá. E aí isso reflete, com certeza".

"A gente vê que quase não tem mais terreno na BR-116, são valorizadíssimos e isso vai se espraiando pela continuação de Itaitinga, Pacajus, Horizonte", frisa o presidente do Sinduscon-CE.

Questionado sobre a possibilidade de Itaitinga trilhar uma trajetória semelhante a do Eusébio, que sobretudo após a pandemia apresentou uma atividade imobiliária intensa, Patriolino acredita que isso vai depender do trabalho do poder público.

"Vai depender do que vai ser feito lá pela prefeitura. O Eusébio vem sendo trabalhado há muitos anos pelas gestões anteriores".

"É fato que Fortaleza cresce para o lado Sul, então a gente percebe lançamentos ocorrendo ali pelo Guararapes, Luciano Cavalcante, indo até o Eusébio", detalha o presidente do Sinduscon-CE.

Vendas em Fortaleza e Região Metropolitana

Caucaia e Aquiraz foram as cidades com o maior número de unidades vendidas, considerando os imóveis residenciais verticais, no primeiro semestre. Foram 785 e 522 unidades, respectivamente.

Os dados fazem parte de pesquisa divulgada pelo Sinduscon-CE no dia 8 de agosto e expõem dados da atividade imobiliária em Fortaleza, Aquiraz, Caucaia, Eusébio e Maracanaú. Na Capital cearense, foram 4,2 mil unidades comercializadas de janeiro a junho.

A projeção do Sinduscon é que o ano de 2024 encerre com R$ 7 bilhões em vendas na Capital cearense e na região metropolitana, sendo R$ 5 bilhões só em Fortaleza.

"Nós estamos vivendo o melhor dos últimos oito anos no mercado imobiliário. Isso se deve à habitação de interesse social, que tinha um déficit muito grande e no ano passado o MCMV foi lançado com uma Taxa Referencial + 4% ao ano".

"Além disso, nós temos observado um incremento neste ano de consumo da classe média, que tá voltando a ter o sonho da casa própria. No ano passado, com a Selic a 14%, as pessoas não estavam com apetite para fazer um upgrade ou comprar um imóvel. É bem verdade que, no início do ano, a expectativa da gente era que a Selic chegasse a 9% ao ano. Se a Selic chegasse a isso, seria sensacional para o nosso mercado", destaca o presidente do Sinduscon-CE.