O vice-prefeito de Juazeiro do Norte, Giovanni Sampaio, diz que não foi “indicado” pelo governador Elmano de Freitas (PT) para a direção do Hospital Regional do Cariri (HRC). O que houve, diz ele, foi uma “sugestão” do governador ao ISGH que gere o hospital. Diante dos diversos entraves legais e questionamentos do Ministério Público, o gestor afirma: “não vamos atropelar a lei”.
Em meio à polêmica indicação política ao cargo, que a legislação proíbe, o vice-prefeito contactou esta Coluna para dar sua versão sobre os fatos. Para ele, a seleção para o comando do hospital, feita em 2011, estaria “vencida” e precisa ser renovada.
“Quando conversamos pela primeira vez sobre o assunto, tivemos a compreensão dos desafios dos Hospital: melhorar o acesso aos médicos, aproximar a unidade das pessoas e da imprensa e fazer revisão de contratos”, relembra o gestor.
Envolvida em muito debate, a indicação de Giovanni Sampaio ao cargo, embora já tenha sido oficializada pela Secretaria de Saúde do Estado ao ISGH, ainda não se confirmou por questões legais, conforme já relatou esta Coluna.
O regramento interno da Instituição, a lei estadual que trata das organizações sociais e a lei orgânica do Município de Juazeiro põem entraves à ida dele ao novo cargo de comando.
“Vamos respeitar o Ministério Público, as questões jurídicas, mas vamos procurar elementos e instrumentos jurídicos para mostrar que o Hospital está com uma seleção vencida”, disse ao ser questionado sobre a polêmica jurídica sobre o assunto.
“Sou médico, tenho formação em gestão hospitalar, sou oficial do Exército, inclusive atuei na área de gestão hospitalar no Exército. Tenho todas as qualificações para o cargo. Talvez, algumas pessoas na região fiquem incomodadas com isso”, dispara.
Giovanni admite, ainda, participar de uma seleção que seja feita pelo ISGH para o preenchimento do cargo na Unidade. “Estamos tentando mostrar que a seleção não está em dia. Se tiver seleção, o Giovanni pode participar”.
Defesa do uso da cloroquina
Sobre postagens nas redes sociais em que, no meio da pandemia, ele apareceu defendendo o uso da cloroquina – comprovadamente ineficaz para o tratamento da covid-19 -, o vice-prefeito argumenta que defendeu o uso experimental da medicação no início da pandemia, antes do surgimento das vacinas.
“A gente via as pessoas morrendo e em alguns locais havia experiência interessantes, como em Foriano (no Piauí). Eu peguei o carro e fui lá pessoalmente. Agora, eu mesmo ninca receitei cloroquina a um paciente e nem tomei quando tive covid-19".