Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na última terça-feira (8), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, enfrentou uma chuva de questionamentos que o deixaram desconfortável sobre a postura do presidente Jair Bolsonaro de descumprir regras na pandemia como o uso de máscaras e o distanciamento social.
Queiroga enfatizou por diversas oportunidades, durante os questionamentos, que fazia a sua parte, mas que "não cabia a ele" julgar o comportamento do presidente da República.
Em uma espécie de prestação de contas, o ministro destacou que a pasta da Saúde investiu R$ 65 milhões em campanhas em defesa ao uso as máscaras e o distanciamento social. Foi sobre isso um dos questionamento mais pertinentes do dia, feito pelo o senador cearense Tasso Jereissati (PSDB) ao ministro.
“Uma campanha tem efeito quando o autor da campanha está fazendo o contrário, pessoalmente, diante das câmaras de milhões de brasileiros?”
No que o ministro respondeu, tangenciando:
"Eu faço minha parte. Não compete a mim julgar os atos do presidente Bolsonaro".
O senador cearense retrucou:
"Cabe sim a vossa excelência ou então o senhor não é o ministro da Saúde".
O que disse o senador Tasso faz sentido. Campanha de conscientização nenhuma tem como dar certo quando quem está promovendo faz exatamente o contrário do que dizem os especialistas com base na ciência. Inclusive, esses recursos aplicados poderiam ser alvo de uma auditoria do Tribunal de Contas da União.