O ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro, Tarcísio Gomes de Freitas, pré-candidato ao governo de São Paulo na base de apoio do presidente, armou um palanque, nesta segunda-feira (14), em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, para inaugurar um trecho de 12 quilômetros de duplicação de rodovia da BR-222, entre aquele município e a rotatória de entrada para o Porto do Pecém, que fica em São Gonçalo do Amarante.
O trecho corresponde apenas à metade da obra que se inicia na BR-020 e vai até a rotatória de entrada do Porto, mas o governo federal entendeu que deveria fazer um evento para a "entrega".
Os problemas da obra, entretanto, não param por aí. A intervenção foi concebida ainda em 2010, no governo Lula, cruzou a gestão de quatro presidentes e, agora, quando foi inaugurada, ainda está pela metade.
Foi o custo ao bolso do contribuinte, que ainda tem que engolir um evento de inauguração parcial
A duplicação deste trecho da BR-222 tem o objetivo de facilitar o tráfego entre o Complexo Portuário do Pecém e o Porto do Mucuripe, em Fortaleza, passando pelo anel viário. Uma obra, indiscutivelmente, necessária, mas cuja execução diz muito sobre a governança pública do País, ou a ausência dela.
A obra foi incluída, há 12 anos, no então Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). De lá para cá, muitas idas e vindas, paralisações e entraves até que no governo Michel Temer, a obra ganhou o maior aporte com 40% dos valores necessários, como explica do deputado federal Moses Rodrigues (MDB), em vídeo publicado nesta manhã. Cabe ao governo Bolsonaro, com atuação da bancada federal cearense, os 30% restantes.
Conclusão destravada
No ato, o ministro Tarcísio informou que o entrave existente para a liberação de trecho de terras indígenas, que dificultava a conclusão da obra, já foi resolvido “e o Ministério vai começar as intervenções imediatamente”. Não se tem data, mas há uma certeza: um novo palanque será montado.