O governador Elmano de Freitas (PT) deu início, nesta quinta-feira (20), à rodada de reuniões com os deputados estaduais cearenses - a primeira desde que tomou posse em janeiro. A ideia inicial era receber parlamentares com os respectivos prefeitos, mas a estratégia do governo mudou.
Receber os parlamentares com seus aliados nos municípios é um ritual comum aos governadores. Os atos dão demonstração de diálogo e sinalizam para o interesse do Executivo em melhorar a sua relação com o parlamento. Elmano pretende, inclusive, receber parlamentares de oposição.
Diante de projetos, obras e demandas que ficaram pendentes dos governos anteriores, o governador acabou optando por modificar a dinâmica.
Neste primeiro semestre, ele vai receber somente deputados que trarão as demandas desses projetos. No segundo semestre, provavelmente em agosto, Elmano de Freitas deverá fazer um novo ciclo de diálogo, desta vez recebendo os gestores municipais.
Esta Coluna apurou que os próprios deputados concordaram com a nova dinâmica diante do compromisso do Executivo de resolver o passivo de obras que têm pendências. No segundo semestre, o assunto será novos convênios e obras.
Elmano começou a receber os deputados nesta quinta. A agenda do governador deve priorizar esses encontros na próxima semana: segunda, terça e quarta.
Ruídos na relação
A demora do governador em receber os aliados estava gerando desconforto em parte da base aliada na Assembleia Legislativa. Pressionados pelos prefeitos, em busca de recursos para os municípios, os parlamentares estavam inquieto, e o chamamento do governador veio para acalmar os ânimos.
Nos bastidores, além da demora na indicação dos cargos do segundo escalão do governo, alguns deputados aliados estão incomodados com temas que têm sido enviados à Assembleia a toque de caixa, gerando constrangimento à base.
Um deles foi a indicação do advogado Rafael de Paula para a Agência Reguladora do Estado do Ceará (Arce). Em meio à discussão, o indicado chegou ao plenário e os parlamentares nem o conheciam. O caso gerou alerta sobre a relação entre Executivo e Legislativo.